AGRICULTURA
SOJA: quebramento de haste intriga pesquisadores
#souagro | Pesquisadores estão intrigados com uma situação envolvendo a soja em diversas regiões brasileiras. São vários casos de quebramento prematuro de plantas ou da haste da soja, principalmente em Mato Grosso. Os estudos envolvem especialistas nas áreas de fisiologia das plantas, fitopatologia, entomologia, e genética da oleaginosa.
Os casos registrados no Mato Grosso são similares aos verificados no sul do Brasil. As causas podem ser diferentes, uma vez que as realidades climáticas também são distintas. Se por um lado o Mato Grosso enfrenta períodos de extrema chuva, por outro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul sentem os efeitos devastadores da maior estiagem dos últimos cem anos nesses estados.
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Não é a primeira vez que isso ocorre nas lavouras do Brasil. Foram relatadas quedas de plantas no sudoeste goiano no final dos anos 1990, no Maranhão no início dos anos 2000 e no Paraná em 2015. As causas ainda não foram identificadas, mas os especialistas estão buscando as respostas e esperam divulgá-las aos produtores em breve.
“Estamos detectando vários problemas de sanidade da soja. Temos um problema de tombamento que a planta, antes de madurar, quebra no caule e faz um tombamento quase geral no talão. Não se sabe o tamanho do estrago, quantas lavouras foram atingidas, mas que já está existindo está e posso adiantar que não são em poucas lavouras. Então já estamos preocupados com esse problema”, diz Antônio Isaac Fraga Lira, presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde.
“A ocorrência do quebramento de haste principal na cultura da soja vem sendo observada em diversas regiões brasileiras. Há relatos no Rio Grande do Sul, Paraná, Maranhão e, especialmente, em Mato Grosso, com maior frequência na região de Sorriso desde a safra 2020/2021, expandindo-se para outras regiões adjacentes na safra 2021/2022. O problema é caracterizado, incialmente, pelo alongamento do caule entre a folha cotiledonar e as folhas primárias, seguido pelo estreitamento dessa mesma região e posteriormente pela quebra da haste principal a partir da fase reprodutiva, causando a interrupção do ciclo da cultura.
A causa do quebramento da haste é desconhecida, contudo, diante das avaliações realizadas até o momento, na região de Sorriso verificou-se a ocorrência em maior frequência em ambientes com baixo teor de matéria orgânica, solos descobertos, em determinadas variedades, predominantemente em materiais com grupo de maturação igual ou superior a 8.0 e em semeaduras realizadas após a segunda dezena de outubro de 2021”, diz o comunicado da Proteplan.
(Sou Agro, com agências)