Trigo Paraná
AGRICULTURA

Trigo rende pouco e eleva dependência de importação

Trigo Paraná
Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

#souaagro | É bom o consumidor já ir preparando o bolso. Nos próximos meses, a farinha e o pão, cuja matéria-prima depende do trigo, devem sentir os reflexos da baixa produção e da má qualidade do grão no Paraná, em virtude das intempéries climáticas atribuídas a períodos de escassez hídrica e geada.

O alerta é de Carlos Hugo Godinho, engenheiro agrônomo do Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab (Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento). Com o baixo rendimento no campo, seremos ainda mais dependentes da importação do cereal, em um momento extremamente desfavorável por conta da cotação elevada da moeda americana, responsável por balizar o preço das commodities.

O Paraná encerrou a colheita do trigo nesta semana. A safra de trigo no Paraná fechou em 3,2 milhões de toneladas, 800 mil abaixo da expectativa inicial de 4 milhões de toneladas. O cenário só não foi mais desolador para o produtor do Estado por conta da rentabilidade boa. Ele conseguiu adquirir os insumos em uma época anterior a alta do preço dos fertilizantes. A preocupação agora fica com a safra de inverno 2022.

Com o custo de produção nas alturas, a tendência é de retração na área plantada, tornando o Brasil ainda mais dependente do trigo de outros países. “O problema não foi a sanidade, mas sim, a queima de enzimas no fim do ciclo”, aponta Godinho.

A qualidade do trigo é bem inferior em relação à temporada anterior. De maneira geral, os moinhos avaliam o trigo paranaense dentro das especificações básicas. Se por um lado as chuvas foram prejudiciais para o trigo, por outro, foram determinantes para o bom rendimento da soja e do milho.

A área cultiva de trigo nesta safra no Paraná foi de 1,2 milhão de hectares, 7% maior que a do ano passado. Outro fator é o represamento dos preços do trigo, com relação á farinha e o pão. Enquanto o trigo teve um aumento de 30%, a farinha não chegou a 20% e o pão, não passou de 7%. Ou seja, essas altas devem ser passadas em um futuro bem próximo para o consumidor.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)