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Família aposta na produção de morango biológico
#souagro | Dois cursos promovidos pelo Sindicato Rural de Cascavel – produção de morango e MIP – Manejo Integrado de Pragas -, mudaram para melhor a vida da família Zitterell, de Colônia Barreiros, interior de Cascavel. Na propriedade, há uma estufa de 420 metros quadrados, abrigando 4,5 mil mudas. A responsável por zelar do fruto em sistema biológico é Vanice Zitterell. Ela conta com ajuda do marido Juarez e do filho José Henrique.
A atividade é desenvolvida há 1,5 ano. Vanice respondeu pela implantação e pelos cuidados. “Decidi colocar em prática esse projeto para garantir uma oportunidade de agregar valor e ter uma renda melhor”, disse. A avaliação do investimento é positiva, pois ela vem conseguindo custear todos os recursos destinados para transformar em realidade a atividade na propriedade.
Ela admite que é um trabalho árduo. “Os morangos vão dormir de um jeito e levantam do outro”, explica. A cultura requer muitos cuidados especiais, principalmente por conta do ataque de pragas, doenças, investidas do ácaro, falta de umidade do ar. “O controle biológico requer muito mais cuidados e atenção.
A ideia de se aprofundar na prática da produção de morangos utilizando como método o controle biológico, era porque Vanice não queria nenhum resíduo químico no morango a ser degustado pelas pessoas. “Queria algo mais natural possível e como por enquanto não posso produzir orgânico, pela falta da barreira, optei pelo biológico”.
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O retorno dos clientes é algo que faz a diferença e motiva a família Zitterell. “Todos falam bem. Estão felizes com a qualidade do morango”. No ápice da produção, a média de morangos colhidos oscila entre 160 e 180 quilos, mas a média normal é de 70 quilos por semana. Boa parte da produção é destinada para atender aos estabelecimentos dedicados ao açaí e também a venda particular.
Produzir utilizando meios biológicos é um pouco mais difícil, conforme Vanice. Para obter resultados positivos, a produção precisa da umidade certa e temperatura correta. O calor em excesso é prejudicial para as mudas. No dia da reportagem, a temperatura externa era de 33 graus e dentro da estufa, 36 graus. “O calor acaba inibindo o crescimento do morango e influenciando em seu metabolismo”.
O filho, José Henrique, estudou agronomia e voltou para ajudar a família. “Conclui agronomia esse ano e retornei para ajudar meu pai na lavoura e minha mãe com os morangos”. Para ele, é uma cultura trabalhosa, mas tem a sua recompensa.
O marido, Juarez Zitterell, brinca ao ser questionado sobre sua atribuição na produção de morangos. “Sou quase um Severino [risos]. Faço de tudo um pouco, desde colheita, poda das mudas. A administração principal, adubação, irrigação, é com a Vanice. Quando ela sai para a entrega, eu e o José Henrique assumimos os cuidados”. Os planos para o futuro não poderia ser outro: implantar uma segunda estufa em 2022.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)