PECUÁRIA
Casos de raiva sobem no Paraná e legislação deve mudar
#souagro | Dez anos depois os casos de raiva bovina voltaram a ser registrados na macrorregião de Cascavel. O surgimento de casos tomou conta dos noticiários no mês de abril. Do primeiro até o último, foram 12 no total. Para traçar um raio-X dos números de casos registrados ao longo do ano em todo o Paraná, o Portal Sou Agro ouviu a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Raiva, Elzira Jorge Pierre, médica-veterinária e fiscal agropecuária da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná). A transmissão é feita por morcegos hematófagos.
Vídeo mostra sintomas de animal atacado por morcego hematófago:
Em 2020, o Paraná contabilizou 71 casos. As regiões com maior volume de registro estão relacionadas à Guarapuava e Ponta Grossa. Em seguida, aparecem Curitiba e depois casos esporádicos no norte e oeste do Estado. De todos os casos registrados no ano passado. Neste ano, foram 74 casos, a maioria em bovinos, mas as vezes há contaminações em equinos e suínos. “Essa tem sido a média anual”, comenta Elzira Pierre.
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O maior gargalo é a falta de conscientização dos pecuaristas sobre a importância de realizar a imunização do rebanho. “Essa é a única alternativa, pois não é possível acabar com os morcegos, uma vez que são animais silvestres e estão protegidos pela legislação”.
Imagens mostram trabalho da Adapar na captura de morcegos em abrigos:
O Programa Nacional de Controle da Raiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento já iniciou os debatem para atuar a legislação em torno do assunto. “Os pecuaristas não são obrigados, mas orientados a aplicar a vacina no rebanho todos os anos, muito mais barato do que perder uma ou mais cabeças por conta da contaminação”, exemplifica. A nova legislação do programa será publicada no próximo ano.
A raiva é considerada endêmica em todo o Paraná. A Adapar conta com 878 abrigos de morcegos cadastrados, tais como cavernas, casas abandonadas, estufas de fumo, bueiros, entre outros. O procedimento correto, segundo a Adapar, seria aplicar a primeira dose a partir dos 3 meses do animal, reforço de 30 dias e posteriormente uma dose a cada ano.
Outro procedimento importante por parte do pecuarista a qualquer sinal de presença de mordida no animal é aplicar a pasta vampiricida ao redor do ferimento. O morcego costuma voltar a atacar o mesmo animal nos dias seguintes e com isso, acabaria tendo contato com a pasta e posteriormente levando ao abrigo e disseminando a pasta vampiricida entre outros morcegos. A Adapar por meio de médicos veterinários preparados e imunizados contra a raiva, costumam realizar o controle direto nos abrigos.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)