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Paraná assume protagonismo global no incentivo a produção de seda

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Débora Damasceno
Débora Damasceno

O governador Carlos Massa Ratinho Junior se tornou nesta sexta-feira (19) vice-presidente do Silk Cities, rede global que reúne empresas privadas e órgãos públicos em torno da cadeia da seda. É um reconhecimento à importância da produção do Paraná, a maior do Brasil, para o mundo. Ele compartilha a vice com a Abraseda (Associação Brasileira da Seda), e a presidência é da Hermès e de Lyon.

A Rede Internacional de Cidades da Seda e Regiões Metropolitanas incentiva o potencial dos produtores do fio de seda em todo o globo. A solenidade aconteceu em formato híbrido (em Lyon, na França, e virtual em todo o mundo) com representantes do mercado de todo o mundo. Diretores de marcas como Hermès, Chanel, Gucci, Yves Saint Laurent, Balenciaga e Dior também participaram.

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O Brasil, representado pelo Paraná nessa próxima gestão, está inserido no Silk Cities desde 2019, após visita do governador à França. O grupo inclui lideranças da China, Japão, Itália, França, Espanha, Uzbequistão e outros países considerados peças-chave na rota da seda, da produção do fio aos produtos finais, especialmente na moda.

“A seda do Paraná é considerada uma das melhores do mundo. Ela está presente em roupas de grandes marcas, como Chanel e Hermès, que são produzidas com o fio da seda do Paraná. Com a demanda internacional pela seda brasileira, é possível, num curto espaço de tempo, elevar em 30% a produção. Em médio prazo, a produção pode dobrar nos próximos anos”, destacou Ratinho Junior.

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O Paraná é reconhecido na produção no campo e na indústria. “Essa vocação do Paraná ajuda muito na agricultura familiar, na agricultura sustentável e na geração de emprego. Temos a Bratac, em Londrina, indústria que está há 70 anos no Paraná e trabalha com mais de cem diferentes cultivares de amoreiras e com a manutenção genética de mais de 70 raças diferentes do bicho da seda, já adaptadas ao clima tropical do Brasil”, acrescentou o governador.

Ele também destacou que o Paraná conta com mais de 1,8 mil produtores de casulo de seda em 176 municípios, que ocupam 4.700 hectares de plantação de amoreiras (que são alimentos para os bichos). São 2,2 mil toneladas produzidas anualmente, o que representa 83% de toda a seda do País – 96% do material vai para exportação, especialmente para a Europa.

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“Estar nesse seleto grupo de regiões produtoras representa uma oportunidade de fortalecimento da cadeia de produção de casulos e do fio da seda na economia do Estado. Atualmente são cerca de 1.800 famílias que se dedicam a produzir a amoreira e criar o bicho da seda. Somos, proporcionalmente, muito menores que outros países, mas nos diferenciamos pela qualidade”, salientou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

A inovação e a tecnologia são pontos fortes para o crescimento da sericicultura. Um exemplo é o projeto Seda Brasil o Fio que Transforma, firmado entre o Governo do Estado e a Universidade Estadual de Londrina (UEL), cujo objetivo é melhorar a qualidade da seda e ampliar a quantidade de produtores, a partir do entendimento genético do bicho-da-seda e da produção de forma sustentável.

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“Estamos em busca de mais inovação para a produção da amoreira e da própria lagarta para aumentar a produtividade. É preciso dedicar tempo, porque atender o mercado mundial exige uma relação duradoura e de confiança”, reforçou Ortigara.

CULTURA

O fio condutor da seda envolve ainda a cultura no Paraná. Esse elo será materializado com a instalação do Palácio da Seda em um prédio histórico de Curitiba que tem um forte vínculo com a arte, a Casa Andrade Muricy.

“Muitas vezes nós paranaenses nem sabemos que somos o maior produtor de seda do Hemisfério Ocidental. O Palácio da Seda quer dar visibilidade a esse produto, estimular o turismo cultural e ser um incentivo à moda autoral, que é muito forte no Estado, e dar valorização a toda cadeia produtiva da seda”, explicou a superintendente-geral estadual da Cultura, Luciana Casagrande.

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O Palácio está em fase de conclusão do projeto executivo e a previsão é que o prédio seja aberto ao público no final do próximo ano.

PRESENÇAS – Participaram do encontro, pelo Paraná, Renata Amano, CEO da Abraseda, responsável pela articulação com a Silk Cities, e o secretário de Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas, João Carlos Ortega.

(FOTO/FONTE: Agência de notícias do Paraná)

(Débora Damasceno/Sou Agro)