AGRICULTURA
Contrato futuro: saiba quando tomar a decisão certa
#souagro | Quando tomar a decisão certa? O produtor rural sempre demonstra preocupação de como e qual valor irá vender a sua produção. No ano passado, muitos agricultores do Paraná formalizaram contratos futuros, travaram os preços em relação à saca da soja na média de R$ 80 reais, mas na hora da comercialização no balcão, os valores já oscilavam entre R$ 140 a R$ 160. Ou seja, teve que entregar a soja por R$ 80, sendo que no balcão os preços da saca estavam valendo o dobro.
Por conta disso, o produtor passou a adotar uma postura mais comedida. Apesar disso, já há empresas negociando contratos para 2024, 2025, travando o preço de dólar e também da saca da soja. Isso é possível, com muita segurança e a orientação certa.
Étoni Baroni, consultor sênior de gerenciamento de riscos de commodities, falou sobre as negociações a longo prazo envolvendo soja e milho. “O mercado futuro opera vários meses para frente. Então temos diversos preços de referência na Bolsa de Chicago e em relação ao dólar futuro. Temos preços para 2022, 2023 e 2024, e o produtor vai aproveitando esses níveis de preços na medida que atinge o objetivo vislumbrado”, comenta Baroni. “São negociações muito antecipadas, não é muito o perfil do Paraná e nem dos estados do Sul, negociar tão antecipado assim. Geralmente vendem a próxima safra, mas são operações baseadas no cenário de mercados vizinhos como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”. Tratam-se de preços de vendas, que os produtores estão travando tanto soja quanto o dólar para frente, aproveitando essa curva de taxa de câmbio e aproveitando a curva de preços da curva da soja.
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Para 2024, 2025, os valores são um pouco acima dos níveis atuais, por conta da curva de dólar. “Temos uma taxa de juros positiva e hoje na faixa de R$ 160 a saca, base Mato Grosso, que é um excelente nível de preço para a região”, salienta Baroni.
Sobre o comportamento dos produtores que venderam a saca da soja R$ 80 na safra passada, para comercialização da safra deste ano, e a surpresa no pico da colheita, quando o grão chegou a R$ 160 a saca, Étoni Baroni explica a respeito. “Os preços subiram muito rápido. Saímos de um nível de preços de R$ 80 base maio do ano passado para um nível de preço de R$ 150, R$ 160. Fica a sensação que o produtor perdeu. Ele veio vendendo nessa movimentação de alta, aproveitando os preços. Agora precisamos entender que o produtor parte de uma base de preço muito alta, então temos os níveis de preço no interior, de R$ 140 a R$ 150, e quando olhamos a precificação tanto de câmbio, que é o dólar, como na Bolsa de Chicago, são níveis de preços muito bons, que o produtor deveria estar aproveitando para ir vendendo, fazendo resultado para a safra nova”.
Por isso é a importante a orientação, em vez de optar em fazer a negociação sozinho. O risco é muito alto se for uma decisão individual. Por isso as consultorias são fundamentais em todo esse processo. “Cada dia o mercado fica mais dinâmico, com a participação de mais fatores que precificam e é importante o produtor tem informação, para ter mais conhecimento e com isso, poder negociar e aproveitar os preços de venda”.
(Vandré Dubiela/Sou Agro)