Lavoura de trigo às margens do Parque Nacional do Iguaçu
AGRICULTURA

Oeste prova ser possível harmonizar produção e preservação

Lavoura de trigo às margens do Parque Nacional do Iguaçu
Vandre Dubiela
Vandre Dubiela

 

#souagro | É possível produzir e preservar ao mesmo tempo? Neste quesito, o oeste dá exemplo. Para um grupo de agricultores de Céu Azul e Santa Tereza, no oeste do Paraná, isso é possível sim. Para isso, basta esforço, organização, responsabilidade e acima de tudo, consciência ambiental. Há 15 anos, um grupo de 12 agricultores com propriedades margeadas pelo Parque Nacional do Iguaçu, criaram uma associação para explorar o cultivo de soja e trigo na faixa de domínio do ladinho do parque, em uma extensão de 32 quilômetros ligando os municípios de Céu Azul e Santa Tereza do Oeste.

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A lavoura cultivada ali é forte aliada contra a negligência cometida por alguns seres humanos, que insistem em se desfazer de bitucas de cigarro pelas janelas dos veículos. Um gesto criminoso que coloca em risco uma vasta mata nativa e um símbolo da preservação ambiental da região, o Parque Nacional do Iguaçu. Desde que os produtores começaram a explorar a faixa de domínio de pouco mais de 30 metros de largura, os índices de incêndio reduziram às margens do parque.

Pioneiro de Céu Azul, cidade onde criou raízes a partir de 1967, o agricultor Valdir Piati preside a associação dos agricultores, como forma de organizar a utilização das faixas de domínios e atender critérios, como por exemplo: só é autorizado o plantio de lavouras baixas, como soja e trigo. “Não plantamos milho às margens do parque para não atrair os animais e colocá-los em risco de atropelamentos e morte”.

Trigo cultivado entre a BR-277 e o Parque Nacional do Iguaçu: cultivo consciente
Trigo cultivado entre a BR-277 e o Parque Nacional do Iguaçu: cultivo consciente une produtores do oeste

Agricultores conscientes

A produção da faixa de domínio não é das melhores. “Não estamos ali pela produção, mas sim, para fazer a nossa parte como agricultores conscientes e preservar o nosso vizinho, que é o Parque Nacional do Iguaçu”, destaca o agricultor Valdir Piati, que cultiva em uma extensão de 1,5 mil metros da faixa de domínio. “Assim que colhemos, já gradeamos o solo para não deixar nenhum resquício de palhada, material de fácil combustão caso entre em contato com algum estímulo inflamável”. Boa parte do trigo cultivado ali já foi colhido.  O Parque Nacional do Iguaçu, patrimônio natural da humanidade, conta com 185 mil hectares ligando o Brasil e a Argentina. Corresponde a 73,33% do território de Céu Azul. O Parque Nacional do Iguaçu é uma das últimas reservas da Mata Atlântica no Paraná. No lado argentino, o parque ocupa área de 670 km².

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)