COOPERATIVISMO
C.Vale: energia solar de integrados supriria cidade com 16 mil habitantes
Em tempos de estiagem, quando a água dos reservatórios das usinas hidrelétricas se torna escassa e o custo da energia elétrica dispara, o aproveitamento da luz solar ganha força como alternativa para reduzir o peso deste insumo sobre a produção agropecuária. A energia solar produzida pelos integrados da C.Vale seria suficiente para abastecer uma cidade de 16 mi habitantes.
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As atividades que demandam alto consumo de energia elétrica estão impulsionando o mercado de placas fotovoltaicas e reduzindo o custo extra da bandeira vermelha nas contas de luz. Entre os produtores de frango da C.Vale, 22% já instalaram equipamentos para captar energia solar e estão vendo o investimento se pagar em tempo bem inferior ao prazo dos financiamentos.
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Em Palotina, o associado Juraci de Araújo instalou 504 placas para gerar energia aos três aviários que abrigam 76 mil frangos. A conta mensal de energia de, aproximadamente, R$ 8 mil foi praticamente zerada. “É um investimento que compensa, se paga em pouco mais de seis anos”, calcula o produtor. O benefício vai além da economia já que a tensão da energia ficou mais estável. Ele também instalou outras 400 placas para gerar energia aos aeradores que usa nos 21 mil metros de lâmina d’água onde cria tilápias. Com esse conjunto, a propriedade se tornou autossuficiente e ainda gera créditos em energia que são abatidos da conta do hotel que pertence à família do sogro de Araújo.
Os três conjuntos de células fotovoltaicas foram instaladas no chão por uma opção do integrado. “Fica mais fácil ‘pra’ ajustar à posição do sol e para fazer a manutenção. Os técnicos não precisam entrar na granja”, justifica Araújo. Ele conta que a escolha de placas de fabricação nacional foi motivada pela maior facilidade de substituição que as importadas. A miniusina pode ser monitorada por aplicativo de celular. Para Juraci Araújo, o sistema de geração de energia solar passou a ser um insumo do agronegócio. “Hoje é uma necessidade, um kit que você tem que incluir se vai investir na avicultura ou piscicultura”, interpreta.
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Família Sangalli
Na propriedade de 17 hectares de Elza e Enor Sangalli, localidade de Esquina Progresso, Palotina, o frango é a principal fonte de receita. Os dois aviários em que o casal e o filho Leandro criam 55 mil aves, a conta de luz variava de R$ 4 mil a R$ 7 mil por mês. Mesmo com o valor elevado, Elza tinha receio de contrair dívida para instalar placas de energia solar já que tem também parcelas do segundo aviário. Depois de muito cálculos junto com o filho, decidiu tomar um empréstimo bancário com juros de 9% ao ano e prazo de dez anos para pagar. A um custo de R$ 350 mil, colocou 180 placas em frente aos aviários. Nos dois meses seguintes as contas caíram para R$ 200,00 e R$ 150,00. “No começo eu tinha medo de fazer a dívida, mas agora a gente vê que vale a pena. É um custo que se paga com a renda do aviário”, diz ela, revelando que o valor das parcelas cai a partir do segundo pagamento.
As placas solares puxaram para baixo as despesas com a produção de frango, que no sistema convencional representa 24% dos custos da atividade. Com isso, os Sangalli já começam a fazer planos de construir um terceiro aviário na propriedade.
RAIO X
JURACI DE ARAÚJO
Três aviários
76 mil frangos
125 mil tilápias
904 placas solares
Investimento: R$ 1,2 milhão
RAIO X
ELZA SANGALLI
Dois aviários
55 mil frangos
180 placas
Investimento: R$ 350 mil
Fonte: Imprensa C.Vale