AGRICULTURA
Como integrar lavoura e pequenos animais na agricultura familiar
Você acha possível integrar as lavouras de milho, capim e arbustos com a criação de pequenos animais, como caprinos e ovinos, numa pequena propriedade familiar? O vídeo de animação lançado pela Embrapa mostra que sim.
De forma bem simples e didática, o vídeo mostra o passo a passo para implantar uma alternativa de redesenho de um sistema agropecuário integrado para unidades familiares de produção. Ele se completa em três anos, e integra a roça de milho, a leguminosa gliricídia e espécies de capim adaptadas às condições do Semiárido e Agreste nordestinos com a criação de ovelhas e cabras, por exemplo.
A criação de pequenos animais na agricultura familiar é importante para a alimentação da família e geração de renda, além de contribuir na fertilização do solo. Nas pequenas propriedades, a diversidade e a integração são fundamentais para a sustentabilidade.
Clique e assista ao vídeo:
Há várias crenças e mitos de que sistemas integrados produtivos e eficientes são aplicáveis apenas em grandes propriedades e em regiões agrícolas tradicionais, mas a Embrapa e seus parceiros vêm desenvolvendo a validando alternativas e soluções sustentáveis e de base ecológica aplicáveis em pequenas propriedades familiares e áreas de condições climáticas mais severas, como o Semiárido.
As pesquisas para o Semiárido se concentram mais no manejo racional da vegetação nativa da caatinga e o desenvolvimento de modelos produtivos. O foco tem sido a integração dos elementos nativos ou exóticos adaptados, dando origem a modelos capazes de aumentar a sustentabilidade dos sistemas produtivos com culturas tradicionais. Entre as soluções validadas estão o Sistema CBL, Cabrito ecológico, Caatinga raleada e Sistema agrosilvipastoril.
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Para a Zona da Mata e Agreste, pesquisas com Integração Lavoura – Pecuária – Floresta (ILPF) estão em sua maioria baseadas no uso da gliricídia ou da leucena como componente arbóreo em consórcio com lavouras, gramíneas e palma forrageira. Esses consórcios podem ocorrer de maneira alternada entre a lavoura e a gramínea, com a palma e a gliricídia durante todo o tempo, ou com a lavoura apenas nos primeiros anos de implantação do sistema.
Especificamente para a condição das áreas costeiras, o consórcio da gliricídia com o coqueiro tem mostrado resultados bastante promissores. Neste caso, o coqueiro entra como o componente arbóreo, e a gliricídia é mantida em regime de poda e pastejo, como o componente pecuário.
Gliricídia
A Gliricidia sepium tem demonstrado grande potencial como fornecedora de nitrogênio ao solo, podendo substituir total ou parcialmente o uso de fertilizantes nitrogenados. Vinda do México e América Central, essa planta possui elevada concentração de nitrogênio nas folhas e permite a fixação simbiótica desse nutriente ao solo por meio de bactérias existentes em suas raízes.
Trabalhos desenvolvidos nos últimos anos por pesquisadores da Embrapa têm reforçado essa capacidade da leguminosa de melhorar a fertilidade e fixar nitrogênio ao solo, tornando-se um componente de alto potencial e grande valor para a composição de sistemas de produção em Integração Lavoura – Pecuária – Floresta (ILPF), especialmente em regiões mais quentes e com menos chuvas.
A gliricídia apresenta teores de proteína em torno de 23% e produz até 70 quilos de matéria verde por ano. É considerada por produtores uma espécie de “ouro verde” para as regiões secas e quentes. É resistente a climas rigorosos e pode ser usada para recuperar e manter a temperatura do solo, além de servir como cerca viva.
Na alimentação de ovinos e bovinos, situações em que é altamente recomendável, essa leguminosa consegue reduzir em 70% o uso do farelo de soja, que representa elevado custo na ração animal.
Para conhecer mais sobre essas alternativas e obter mais informações, acesse o SAC Embrapa
Fonte: Embrapa