Cascavel, no Oeste do Paraná, recebeu nesta quarta-feira (23) a comitiva do governo federal que está no Estado para uma série de visitas técnicas a fim de avaliar o projeto da Nova Ferroeste. Em encontro com cooperativistas, foi abordado o desempenho da linha férrea já existente (a Ferroeste) e o impacto que a nova ferrovia terá sobre a competitividade do setor produtivo da região. Foto: Alessandro Vieira/AEN
TECNOLOGIA

Indígenas aprovam estudos da Nova Ferroeste

Cascavel, no Oeste do Paraná, recebeu nesta quarta-feira (23) a comitiva do governo federal que está no Estado para uma série de visitas técnicas a fim de avaliar o projeto da Nova Ferroeste. Em encontro com cooperativistas, foi abordado o desempenho da linha férrea já existente (a Ferroeste) e o impacto que a nova ferrovia terá sobre a competitividade do setor produtivo da região. Foto: Alessandro Vieira/AEN
Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

 

Os caciques e líderes indígenas do Território Indígena Rio das Cobras, no município de Nova Laranjeiras, no Centro-Sul do Estado, aprovaram o cronograma, a metodologia e o roteiro do estudo que servirá de suporte para a Nova Ferroeste.

O encontro virtual reuniu membros da comunidade, representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Grupo de Trabalho do Plano Estadual Ferroviário e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), empresa contratada pelo governo estadual para a realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).

Os trilhos da Ferroeste já passam perto de Rio das Cobras, onde vivem 3,2 mil pessoas. Agora, com a Nova Ferroeste, a ideia é avaliar se haverá algum impacto novo na vida dessa população com o aumento do transporte de cargas. Esta é a única área indígena ao longo dos 1.285 quilômetros que conectarão Maracaju (MS) a Paranaguá (PR).

Vivem nas aldeias as etnias Kaigang e Guarani. É uma área de 19 mil hectares que foi destinada pelo Governo do Paraná em 1901. A maioria dos habitantes vive da lavoura.

“Esse estudo vai levar cinco meses. As equipes vão realizar entrevistas, fotografar e organizar os dados coletados para produzir o relatório”, explicou Rodrigo Bulhões, coordenador do Componente Indígena de Transporte e Mineração da Funai. As compensações para o impacto serão indicados a partir dessa análise detalhada da rotina e da relação dos habitantes da área indígena com o entorno.

Os pesquisadores vão avaliar diversos aspectos que podem influenciar a vida nas aldeias da região. Com a revitalização do traçado atual entre Guarapuava e Cascavel e a ampliação da linha férrea, a rotina de quem vive próximo aos trilhos deve mudar.

“Vamos entender como está a situação hoje e como vai ficar futuramente. Não é simples para os técnicos fazerem esse exercício. Precisamos prever o que vai acontecer lá na frente com o aumento de carga passando na região”, destacou Paulo Goes, antropólogo e coordenador do estudo da Fipe.

Segundo o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, nesta região o novo traçado vai se manter muito próximo ao atual. Ele disse que as novas locomotivas híbridas, movidas a óleo diesel e eletricidade, serão muito mais silenciosas em relação às atuais. “Certamente o vencedor do leilão vai trabalhar com equipamentos mais modernos”, afirmou.

A Nova Ferroeste também vai passar próximo a uma comunidade quilombola, no município de Guaíra. O grupo é formado por 17 famílias. As mesmas etapas do estudo do componente indígena serão aplicadas aos moradores dessa região no futuro.

 

Fonte: AEN

 

Foto: Alessandro Vieira

 

(Sirlei Benetti/Sou Agro)