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Excesso de chuvas atrasa colheita do trigo e pode prejudicar qualidade e preços

Redação Sou Agro
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Os produtores de trigo no Rio Grande do Sul enfrentam um desafios inesperado com o atraso na colheita devido ao excesso de chuvas. Nos últimos dias, a precipitação de 35 a 50 milímetros em regiões produtores do sul, obrigou os produtores a interromperem a colheita, impedindo a entrada das máquinas no campo. Esse cenário contrasta com a realidade de boa parte do Brasil, que lida com a seca.

Além de impossibilitar o trabalho no campo, há relatos de que o trigo colhido no último domingo e na segunda-feira já apresenta sinais de perda de FN (Falling Number, veja abaixo), o que indica o início da germinação nas espigas. Apesar de esse volume ser considerado pequeno até o momento, o risco de mais danos aumenta caso as chuvas persistam.

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Essa situação chama ainda mais atenção em um momento em que a maior parte do país enfrenta uma crise hídrica. Enquanto o Paraná também está lidando com o impacto das chuvas na qualidade do trigo, o Rio Grande do Sul, uma das principais regiões produtoras do cereal, segue com expectativas cautelosas para as próximas semanas.

O atraso pode influenciar a oferta, o que, somado à demanda elevada de estados como Paraná e à busca por alternativas no Paraguai, pode pressionar os preços no mercado interno. Em Santa Catarina, por exemplo, os preços pagos aos produtores começaram a reagir em setembro, segundo dados do boletim Epagri. O preço médio do trigo com PH 78 subiu 4,33% no mês e 17,28% em termos reais na variação anual.

No Rio Grande do Sul, o preço médio registrou uma queda mensal de 0,84%, mas, em um ano, houve alta de 13,35%. Já no Paraná, o preço médio anual do trigo no mercado-balcão teve um aumento significativo de 46,90%, destacando a valorização no estado. Com as chuvas recentes, há preocupação de que a qualidade do trigo colhido seja afetada, uma vez que o excesso de umidade pode reduzir o FN e limitar seu uso industrial.

No Paraná, as chuvas causam preocupações quanto à qualidade do trigo, o que leva moinhos a buscar matéria-prima no Rio Grande do Sul, com preços entre R$ 1.150 e R$ 1.200 por tonelada, que chegam a R$ 1.640/t CIF, sugerindo uma possível alta futura nos valores. O mercado local se mantém firme, com disputa entre cooperativas e cerealistas pelo produto para seus armazéns. Além disso, o trigo importado do Paraguai segue competitivo, com preços subindo para R$ 1.430 CIF em Cascavel e R$ 1.460 CIF em Ponta Grossa, mas as indicações dos compradores têm caído, mostrando um movimento instável.

SAIBA MAIS – O FN (Falling Number) é um indicador usado para medir a qualidade do trigo, especialmente em relação à atividade enzimática que ocorre quando o grão começa a germinar. O teste de Falling Number mede quanto tempo uma mistura de farinha de trigo e água leva para engrossar sob calor controlado. Se o FN for baixo, indica que o trigo passou por um processo de germinação, o que diminui sua qualidade, pois o amido foi degradado, prejudicando a capacidade de panificação.

 

(Com Pensar Agro)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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