A semana que começa vai reescrever a história do clima do Brasil. Uma brutal onda de calor centrada entre o Sudeste e parte do Centro-Oeste trará temperaturas máximas absurdamente altas em milhares de cidades. Dezenas de milhões de pessoas enfrentarão calor como jamais passaram em suas vidas. Será uma semana que mudará a estatística climática nacional.

O que se desenha para esta semana em termos de temperatura no Sudeste do Brasil, em particular, é no mínimo extraordinário. Foge muitíssimo ao normal do clima, mesmo em cidades acostumadas a tempo quente durante os
meses da primavera e do verão, com marcas excepcionalmente altas.

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Uma massa de ar muito quente vai se intensificar demais neste começo de semana e vai perdurar durante toda a semana. Máximas entre 42ºC e 45ºC devem ser esperadas com possibilidade mesmo de registros superiores a 45ºC em pontos do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil. Embora o calor atinja níveis extremos e recordes em vários estados, Minas Gerais deve ser o estado em que a onda de calor mais deverá fugir ao normal. Centenas de cidades mineiras devem ter máximas no decorrer da semana próximas ou acima de 40ºC em situação jamais vista em
Minas Gerais.

Em muitas áreas, a temperatura no decorrer da semana vai estar entre 10ºC e 15ºC acima das médias históricas, portanto um desvio imenso da climatologia normal. Isso vai levar às máximas fora do comum e sem precedentes em grande número de localidades do Centro do Brasil. O Brasil pode ter um novo recorde oficial de temperatura máxima. A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no país foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020. A marca pode cair nesta semana, uma vez que modelos indicam máximas perto ou
acima da onda de calor de 2020.

O El Niño, que favorece bloqueios atmosféricos e calor excessivo no Centro do país, tem influência nesta onda de calor. A sua intensidade excepcional, entretanto, sugere ainda uma influência de mudanças climáticas. Estudo de dias atrás mostrou que as alterações no clima aumentaram consideravelmente a probabilidade da onda de calor de
setembro no Brasil.

CALOR EM SÃO PAULO
O calor no estado de São Paulo nesta semana fará história. A semana inteira será muito quente no território paulista. Grande parte do interior do estado deve ter marcas acima dos 40ºC nesta semana com máximas em
vários municípios entre 41ºC a 43ºC, mas com possibilidade de registros na rede do Ciiagro de 43ºC a 45ºC em algumas cidades.

Belo Horizonte deve ter uma sequência impressionante de tardes com 37ºC a 39ºC, não se descartando o primeiro registro da história na casa de 40ºC. Assim, o recorde absoluto de máxima de 38,6ºC desde o começo dos registros em 1910, estabelecido em setembro deste ano, tende a cair.

RIO DE JANEIRO
O Rio de Janeiro será outro estado que enfrentará calor extraordinário. Máximas na casa de 40ºC serão generalizadas no estado, exceto na Serra, mas mesmo na região serrana a temperatura será fora do comum
com registros de 35ºC a 38ºC. Os cariocas estão muito acostumados a calor intenso, mas o que se espera para a cidade do Rio de Janeiro excede os extremos passados. Serão vários dias na semana acima de 40ºC com possibilidade de picos de temperatura de 43ºC a 45ºC em alguns bairros da cidade.

MATO GROSSO DO SUL
O estado do Mato Grosso do Sul deve registrar máximas acima de 40ºC todos os dias na semana. Os termômetros podem indicar até 43ºC a 45ºC em algumas cidades. Campo Grande terá vários dias seguidos em que as
máximas ficarão perto de 40ºC e não se pode afastar que na segunda metade da semana a temperatura se aproxime ou alcance o recorde absoluto de 41ºC.

MATO GROSSO
O estado do Mato Grosso, duramente castigado pelo calor fora do normal ao longo desta primavera, enfrentará semana extraordinariamente quente para novembro. Todos os dias da semana devem ter marcas acima de 40ºC no estado. A segunda metade da semana será a mais quente. O Mato Grosso pode ter máximas até de 44ºC a 46ºC. Cuiabá pode atingir 43ºC a 45ºC, assim o recorde absoluto de 44,2ºC desde 1991, estabelecido no mês passado, pode cair novamente.

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Com Metsul

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(Sirlei Benetti/Sou Agro)