Mais jovem, com o olhar voltado para as tecnologias e mais acesso à educação, a nova geração de produtores rurais tem mudado o cenário do empreendedorismo na agropecuária brasileira. Atualmente, 60% dos empreendedores do ramo são jovens com idades entre 25 e 40 anos, conforme aponta pesquisa da EY, empresa de consultoria e auditoria. Essa expressiva presença dos jovens no setor, além de mudar o perfil do agronegócio no país, também trouxe melhorias para o campo. 

Em Santa Lúcia, no Oeste do Paraná, uma família investiu na educação dos mais jovens para poder colher os frutos no futuro. Com um filho já formado e o outro estudando no Colégio Agrícola de Cascavel, Noeli Torteli Beal afirma que a decisão de incentivar os estudos veio da falta de oportunidades que ela e o marido tiveram. ]“Não tivemos essa mesma chance de estudar sobre o agro, nós frequentamos escolas comuns e o que aprendemos sobre o campo foi no dia a dia com os nossos pais. Por isso incentivamos tanto os nossos filhos, queremos fazer a diferença na vida deles”, conta. 

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Mudança de vida

De acordo com o diretor do Colégio Agrícola de Cascavel, o professor Rosemar Baú, hoje a unidade conta com 122 alunos, sendo que 82% deles têm algum vínculo direto com a agricultura. “Esses estudantes vão poder mudar a realidade de suas famílias no campo, oferecendo uma formação tecnológica. Assim, eles vão impulsionar a produtividade, aumentar a qualidade dos produtos e manter o campo com boa renda e qualidade de vida. Vão ajudar a profissionalizar a atividade agrícola”, afirma. 

No Colégio, a grade curricular conta com disciplinas do Ensino Médio da Base Nacional Comum e também com matérias específicas para o mundo do agronegócio, sendo elas: Agroecologia e Gestão Ambiental, Agroindústria, Agronegócio, Administração e Extensão Rural, Culturas, Horticultura, Informática Aplicada, Infraestrutura Rural, Introdução à Agricultura, Manejo e Conservação de Solos, Meio Ambiente e Energias Renováveis, Práticas Agropecuárias e Zootecnia. Em todas elas os alunos aprendem sobre as tecnologias disponíveis e desenvolvem novos estudos. 

Para Noeli, esse conhecimento sobre as tecnologias da agropecuária serão um diferencial para quando os filhos forem assumir os negócios da família. “Eles poderão seguir o nosso trabalho, mas com inovação e isso que é o legal”, aponta. 

Mais novos e instruídos 

Outro estudo feito pela consultoria especializada Fruto Agrointeligência apontou os setores da agricultura nacional que já estão sendo dominados pela nova geração. Os produtores de algodão, são os mais jovens, sendo que 60% deles têm menos de 35 anos e 52% têm curso superior. Em seguida vem os agricultores do Cerrado, em que 44% estão abaixo dos 35 anos e 42% possuem curso superior. Depois vem os produtores de horticultura, dos quais 40% têm menos de 35 anos e 26% deles têm curso superior.

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(Redação Sou Agro/Sou Agro)