No início da tarde desta quarta-feira (4) o Simepar confirmou que o fenômeno climático que atingiu Cascavel e deixou um rastro de destruição de grandes proporções foi mesmo um tornado. “Com base nas evidências mostradas pelos registros de vídeo que recebemos de Cascavel, em especial registros feitos por sobrevôo de helicóptero nas partes atingidas da cidade, foi possível identificar que houve a ocorrência de um tornado na área sul de Cascavel”, afirma o Meteorologista e Coordenador de Operação do Simepar, Marco Antonio Rodrigues Jusevicius.

Ventos ultrapassaram os 180 km/h
O tornado registrado em Cascavel foi classificado como F2 na escala Fujita. “Também com base nas evidências da destruição observada este tornado foi categorizado como um do tipo F2 pela escala Fujita, escala que vai de F0 até F5. Os ventos mais intensos podem atingir entre 180 até 250 km/h próximo do ponto de toque com o solo”, detalha o Meteorologista e Coordenador de Operação do Simepar.

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O Simepar ressalta ainda que esta é uma análise preliminar e que novas evidências serão analisadas para confirmar a classificação

Defesa Civil monta base móvel para distribuir lona na região do Santa Cruz

De acordo com a Defesa Civil, o balanço parcial das ocorrências, mostra que até o momento foram feitos 180 atendimentos e distribuídos nove mil metros de lona. Até o momento não há registro de feridos.

A região do bairro Santa Cruz foi uma das mais atingidas e por conta disso, a Defesa Civil montou uma base móvel na Avenida Tito Muffato, próximo à Univel, para atender a população que precisa de lona. “Estamos com uma equipe de quatro pessoas para atender o pessoal do Esmeralda, Paulo Godói, do Santa Cruz, para eles não precisarem ir buscar lona lá na Defesa Civil”, diz o coordenador da Defesa Civil, Marcio Ribeiro. De acordo com as autoridades a última vez que a cidade registrou estragos nessas proporções em temporais foi em 2009.

Agilidade no atendimento

O prefeito Leonaldo Paranhos pede que o atendimento aos atingidos pelo tornado seja feita no menor tempo possível. “A orientação é agilidade no atendimento e, principalmente, detectar se tem alguma casa que corre o risco de desabar, algum muro, e se tiver evidentemente, que tirar essas pessoas do local, faremos isso”, afirmou o prefeito.

Paranhos solicitou às equipes do Município que identifiquem os locais que tiveram mais impactos, inclusive em prédios públicos como escolas. “Talvez o muro naquele momento do vento não caiu, mas ele pode cair daqui a pouco. Então, se tiver risco, evidentemente, tirar as pessoas”, observou.
O trabalho integrado entre o Município e o Corpo de Bombeiros busca amenizar os impactos causados pelo temporal na vida das pessoas. O secretário de Meio Ambiente destaca que esse trabalho conjunto está atuando na desobstrução de vias públicas onde árvores caíram, causando o impedimento do tráfego de veículos. “Nós estamos trabalhando em contato também com a Copel, em contato com as outras Secretarias para que a gente consiga no menor tempo possível dar o fluxo necessário para que as pessoas possam se locomover em busca da recomposição e refazer aquilo que foi destruído pelo vendaval”, diz o secretário de Meio Ambiente, Nei Haveroth.

Segundo o secretário, o estrago foi considerável, ainda está na fase inicial de levantamento: “Há necessidade de sobrevoo que o Corpo de Bombeiros estará fazendo com o prefeito Municipal para fazer o levantamento mais detalhado de toda a situação que ocorrer”, enfatiza Haveroth.

O tenente-coronel Rogério Lima de Araújo, comandante do Corpo de Bombeiros em Cascavel, disse que logo após o temporal foi iniciada a distribuição de lonas.
“No momento, nós estamos com 12 guarnições do Corpo de Bombeiros atendendo a população nesses bairros. Mas claro, soma-se a isso, as equipes da Defesa Civil, do Meio Ambiente, da Guarda Municipal também, ou seja, no total nós passamos de 20 equipes atendendo a população”, diz.
As equipes estão percorrendo todas as áreas atingidas e fazendo os levantamentos dos estragos. “A população pode ficar tranquila que essa força-tarefa vai trabalhar o dia todo para poder atender as suas necessidades. Com certeza, o Corpo de Bombeiros já se mobilizou, distribuiu suas equipes e enquanto a população estiver necessitando de atendimento, estaremos na rua atendendo”, completa o comandante.

Energia Elétrica
Por conta da destruição, quase 60 mil unidades consumidoras ficaram sem luz. A Copel informou que mais de 400 profissionais trabalham para reestabelecer a energia. De acordo com a companhia, os ventos fortes e raios causaram danos graves à rede, como quebra de postes e a queda de árvores sobre os cabos.
A Copel lembra que, em ocorrências climáticas como esta, é importante o cuidado com a segurança. A população deve manter distância de locais onde haja fios rompidos ou postes quebrados, e acionar a concessionária através do número 0800 51 00 116.
A comunicação sobre falta de luz pode ser feita pelo telefone, mas também por meio do aplicativo para celulares, pelo site www.copel.com e pelo número de WhatsApp 41 3013-8973. Sem internet, o aviso ainda pode ser enviado à Copel por meio de mensagem de texto (SMS) para o número 28593, escrevendo as letras “SL”, de “sem luz”, mais o número da unidade consumidora, que se encontra destacada no cabeçalho da conta de luz.

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(Débora Damasceno/Sou Agro)