Foto: Assessoria/Sindicato Rural de Cascavel

Minúsculas e com poder devastador, formigas tiram o sono dos produtores

Redação Sou Agro
Redação Sou Agro
Foto: Assessoria/Sindicato Rural de Cascavel

É tanto prejuízo, que o setor produtivo tem se dedicado a estudar como é a vida em um formigueiro. O Sindicato Rural de Cascavel realizou um seminário sobre o assunto e com direito a visita às formigas. 

 

O Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR) do Paraná, considera esta como uma praga fora do controle em algumas regiões do Estado. As lavouras de soja têm sido atacadas, e isso quer dizer, que além de preocupações com o solo, com o tempo e com o mercado, os produtores precisam combater as formigas, que apesar de minúsculas tem alto poder destrutivo. O dano mais evidente causado pelas formigas cortadeiras é o corte das plantas, que desfolham áreas agrícolas, reduzindo a produção. Segundo o secretário Executivo do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Valini, as formigas descobriram no trigo um alimento e tanto, o que gerou a investida delas sobre muitas lavouras do Oeste do Paraná.  

Um estudo do IDR aponta que nas áreas de pastagem esses insetos competem com os animais por alimento. Um formigueiro, de 1 a 6 anos, pode consumir de 3 a 7 quilos de forragem por dia. Um ninho adulto da saúva parda, pode consumir até 50% das pastagens de uma área. 

Nos cultivos de cana a perda causada pelas formigas pode chegar a 3,2 toneladas de folha por hectare. Além disso, nas áreas com eucalipto, três ataques sucessivos das formigas podem levar uma planta à morte. O que acontece é que a saúva desfolha o eucalipto e impede a fotossíntese. 

PALESTRA E PRÁTICA

O evento foi realizado em parceria com a Câmara Técnica de Sanidade Agropecuária do Programa Oeste em Desenvolvimento. Na parte teórica da capacitação, a professora de Engenharia Agrônoma da Unioeste Campus de Marechal Cândido Rondon, Vanda Pietrowski, explicou o “modus operandi” dos insetos. “A formiga cortadeira é um problema e tanto na área rural, mas na área urbana os danos também podem ser grandes. Elas são capazes de gerar grandes prejuízos de infraestrutura em obras. Acabar com as cortadeiras é difícil e nem é aconselhável, mas o controle é possível e recomendado”, destaca. 

O grande detalhe é que para executar um plano de sucesso é preciso conhecer o inimigo. É necessário conhecer a espécie, saúva ou quenquén e seus hábitos. 

Operárias da saúva:

  • tamanho de 12 a 15 mm de comprimento;
  • apresentam três pares de espinhos no dorso;
  • seus ninhos podem atingir profundidades de mais de 5 m;
  • os ninhos são caracterizados, externamente, pelo monte de terra solta.

Operárias da quenquém:

  • tamanho de 8 a 10 mm de comprimento;
  • apresentam cinco pares de espinhos no tórax;
  • seus ninhos, geralmente, não apresentam terra solta aparente.
  • O IDR também dispõe de estudos específicos e técnicas de manejo.

DIMENSÕES

Um formigueiro pequeno tem cerca de dois metros quadrados, um médio pode chegar a 20 e acima disso, considera-se um formigueiro grande. O controle pode ser químico, a partir de produtos registrados pelo Estado. Alguns produtos químicos podem ser aplicados na forma de gotículas, formando uma névoa que é introduzida no formigueiro, é a termonebulização. Em um mundo onde a agricultura desempenha um papel vital na nossa sociedade, o conhecimento sobre pragas como as formigas cortadeiras é essencial para a segurança alimentar e o sucesso da agricultura.

Fotos: Assessoria/Sindicato Rural de Cascavel

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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