Mais um recorde: agronegócio é um dos setores que mais gera emprego no Brasil
A população ocupada no agronegócio brasileiro somou 28,3 milhões de pessoas no segundo trimestre de 2023, conforme nova metodologia aplicada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Trata-se de um novo recorde da série histórica, iniciada em 2012. Com isso, a participação do setor no total de ocupações do Brasil foi de 26,9% no segundo trimestre de 2023.
O número de pessoas atuando no agronegócio no segundo trimestre de 2023 aumentou 0,8% (aproximadamente 220,64 mil pessoas) frente ao mesmo período de 2022. Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, esse resultado se deve sobretudo ao maior contingente ocupado nos agrosserviços (que cresceu 7,5%, ou 684,23 mil pessoas) e ao emprego no segmento de insumos (que aumentou (6,7%, ou 19,4 mil pessoas). Nesses dois casos, o avanço está atrelado ao excelente desempenho da produção agrícola dentro da porteira, que estimula os segmentos a montante e a jusante no agronegócio.
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Por outro lado, a população ocupada na agropecuária caiu 5% (ou 440,29 mil pessoas) no segundo trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior. Pesquisadores do Cepea/CNA indicam que as principais quedas ocorreram em “outras lavouras”, horticultura, café e cereais, na agricultura, e em bovinos e “outros animais”, na pecuária.
PERFIL
Considerando o segundo trimestre de 2023 frente ao mesmo período do ano anterior, observa-se que o crescimento da população ocupada no agronegócio foi puxado por empregados, sobretudo com carteira, evidenciando que houve aumento na formalização do emprego, e também por trabalhadores com maior nível de instrução – tendência verificada no setor desde o início da série histórica.
RELEMBRANDO: NOVA METODOLOGIA EM 2023
Alguns ajustes importantes foram implementados pelo Cepea/CNA na série histórica do mercado de trabalho do agronegócio brasileiro em 2023. Essas mudanças causaram um impacto expressivo nos números e, por isso, elas estão explicadas em nota no site do Cepea (aqui). Algumas das mudanças foram de caráter técnico (foram identificados com mais precisão alguns trabalhadores do agronegócio nos setores industrial e de serviços, que não estavam sendo contabilizados anteriormente, por conta de dificuldades metodológicas), mas a principal foi de caráter conceitual em relação ao que se entende por “pessoa ocupada”. Nesse último caso, o Cepea/CNA passa a contemplar trabalhadores que atuam produzindo somente (ou exclusivamente) para o próprio consumo; essa definição de PO se difere da adotada pela PNAD-C em suas divulgações trimestrais.
(Com Cepea)