Produtores de hortifrutis aprendem sobre melhor uso de tecnologias de pulverização de defensivos agrícolas
O esforço conjunto do poder público e da iniciativa privada na promoção de melhorias no uso de tecnologias de pulverização de defensivos agrícolas no Paraná e em Santa Catarina foi o tema principal da reunião da Comissão Técnica (CT) de Hortifruticultura da FAEP. O encontro realizado nesta terça-feira (5), na sede do Sistema FAEP/SENAR-PR, em Curitiba, contou com a participação de produtores e líderes rurais das principais regiões produtoras de hortifrutis para aprender sobre pulverização.
Dentro do processo de fomento do uso correto dos parâmetros de aplicação de agroquímicos, o curso “Inspeção Periódica de Pulverizadores (IPP)”, realizado pelo Sistema FAEP/SENAR-PR desde 2021, tem sido uma importante ferramenta. A formação promove a verificação dos equipamentos dos produtores rurais, gerando resultados promissores. “Nosso objetivo é agir na prática, de forma didática, mostrando ao produtor como fazer a manutenção e seguir as normas envolvidas na pulverização”, apontou Jocelito Cruz, técnico do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR.
- Setembro tem Olimpíada Rural e Expoflor no Paraná
- Vale do Ivaí: Apicultores vão contar com apoio do Estado para ampliar renda
A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) também promove um trabalho de fiscalização, principalmente em áreas mais sensíveis à chamada deriva (quando um produto atinge pontos fora do alvo de aplicação). Segundo o gerente de saúde vegetal da entidade, Renato Blood, esse trabalho envolve uma mudança de paradigma, partindo para a abordagem preventiva e não simplesmente punitiva.
“Estamos agindo para resolver o problema, com as notificações de irregularidade. Desde que adotamos essa postura de estarmos presentes antes do estrago, a partir de 2021, começamos a ter resultados consideráveis. Com isso, a intenção é assegurar aplicações eficientes e seguras, conforme a competência da Adapar que envolve fiscalizar o uso e consumo de agrotóxicos. Queremos mais eficiência na aplicação, melhor controle de pragas e menos derivas”, resumiu Blood.
Experiência catarinense
O pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) Luiz Antônio Palladini apresentou, durante a reunião, um breve histórico do projeto de inspeção periódica de pulverizadores aplicado no Estado vizinho. O projeto, em vigor desde 2002, começou com índice de reprovação de pulverizadores em 57,7%. Hoje, pós o trabalho da entidade com parceria da iniciativa privada, a porcentagem de reprovados despencou para 0,9%, reflexo da maior eficiência das aplicações, funcionamento correto dos equipamentos, qualificação dos aplicadores e redução de custos.
“Por exemplo, em um pulverizador específico estava ocorrendo um desperdício de sete litros de calda por minuto. Em um hectare, isso representa cerca de 200 litros jogados fora. Após a primeira inspeção, já houve uma melhoria significativa”, citou Palladini.
Assistência técnica
Num segundo momento da reunião, a diretora técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR, Débora Grimm, e o técnico da entidade Neder Corso, falarem sobre o projeto-piloto de assistência técnica a propriedades rurais. A iniciativa envolve quatro cooperativas de produtores de morango e mandioca na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Nesta fase experimental, 30 propriedades devem ser atendidas por turma, com visitas de quatro horas por propriedade uma vez ao mês. A ideia é testar a proposta e, posteriormente, replicá-la em outras regiões e culturas do Paraná.
Com FAEP