Depois de muitas altas, preço dos ovos começa a baixar
Os preços dos ovos, que vinham em movimento de alta desde fevereiro, passaram a cair nos últimos dias, pressionados pelo enfraquecimento da demanda.
Nem a queda na produção, por causa do frio, foi suficiente para evitar a recente desvalorização da proteína.
Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, o enfraquecimento das vendas pode ser atribuído às aproximações do fim do mês e das férias escolares.
QUEDA NA PRODUÇÃO
Mesmo assim, o preço ainda se mantém elevado e isso tem ligação com que a produção de ovos no país tem diminuído nos últimos anos, e uma das explicações para isso é a safra de milho de 2020/2021, que foi afetada pela seca. A falta de chuva naquele ano fez a safra de milho 2020/2021 ser 16% menor do que no período anterior.
Outro fator meteorológico que vem mantendo o preço do ovo em alta é o frio. Dados do Cepea revelam que o preço da caixa com 30 dúzias de ovos brancos aumentou de R$ 220,20 em 19 de maio para R$ 220,47 na sexta-feira (26/5). Já o preço do ovo vermelho passou de R$ 230,33 para R$ 230,05.
Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa de assessoria para o comércio exterior, o Brasil pode não conseguir suprir a demanda internacional e o valor do mercado externo pode afetar ainda mais o preço do produto no país. “Embora o Brasil seja suficiente na produção de ovos e não deve sofrer escassez, os brasileiros enfrentarão o preço elevado do produto devido a diminuição da produção e, ao mesmo tempo, o valor do mercado externo”, afirma Pizzamiglio.
A variação cambial também tem um impacto significativo no preço dos ovos no Brasil. Mesmo com o dólar tendo baixado nas últimas semanas, seu valor ainda afeta a economia como um todo, incluindo os encargos logísticos. De acordo com Fábio Pizzamiglio,, “vivemos em uma economia globalizada, e quando o dólar está alto, isso tem impacto no transporte, devido ao preço dos combustíveis, e esse valor elevado é repassado para o preço final dos produtos.”
Além disso, a produção limitada devido à seca também complica a ampliação das vendas para o mercado externo. “Acredito que a prioridade será o abastecimento do mercado nacional e, como temos uma produção reduzida, mesmo que possamos pensar na exportação, a questão se torna complexa devido à falta de oferta”, completou Pizzamiglio.”
(Com Cepea e assessoria)