Com discurso diferente do habitual, Lula participa de cerimônia sem público na Bahia Farm Show
Falamos aqui no Sou Agro que Lula iria participar da abertura da Bahia Farm Show em um evento sem público. Pois bem, o evento foi realizado nesta terça-feira (06) em Luis Eduardo Magalhães na Bahia, e sim Lula esteve presente.
Com uma postura um pouco diferente de meses anteriores, quando por exemplo acusou o agronegócio de ser maldoso e de participar dos atos de manifestação na Praça dos Três Poderes em Brasíla.
Dentro da maior feira agrícola e de negócios do Norte e Nordeste, ele usou um outro discurso dizendo que o Brasil precisa tanto da agricultura quanto da indústria. “A verdade é que precisamos dos dois, uma coisa complementa a outra. Temos que valorizar os dois. Quando a agricultura vai bem, a indústria de máquinas vai bem.”
Ele também negou que há a criação de uma “rivalidade” entre o pequeno produtor e o agronegócio. “São duas coisas totalmente necessárias ao país. Não há rivalidade. Não há porque o preconceito do grande contra o pequeno ou do pequeno contra o grande. O Brasil precisa dos dois porque os dois ajudam o Brasil. Temos 4,6 milhões de propriedades nesse país com menos de 100 hectares. É preciso parar de construir rivalidade onde ela não existe. A gente não pode dar corda para o discurso ignorante. Por que eu poderia ser contra um produtor rural que quer terra pra trabalhar? Por que eu poderia ser contra um grande produtor que está produzindo e vendendo sua soja ou fazendo o Brasil voltar a plantar algodão?”, disse ele.
A cerimônia, como já dissemos foi fechada. O parque só foi aberto ao público depois do evento.
LIBERAÇÃO DE CRÉDITO
Paralelo a visita de Lula, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou a liberação de R$ 3,6 bilhões para o Plano Safra (Safrinha) e de R$ 4 bilhões em linha de financiamento em dólar para investimentos no Crédito Rural – para a construção e ampliação de armazéns, obras de irrigação, formação e recuperação de pastagens, geração e distribuição de energia de fontes renováveis e regularização ambiental da propriedade.
“A linha dolarizada parou de ser agora só para investimentos em máquinas. Ela é agora uma linha de crédito para programas. Tudo aquilo que o produtor tiver necessidade, quer seja compra de calcário, a conversão de pastagens em áreas de agricultura, todos os investimentos em máquinas, armazéns. Inclusive, a construção civil dessas obras será financiada por essa linha de crédito dolarizada”, explicou.
O ministro destacou ainda uma linha de crédito de apoio à estradas vicinais, permitem o fluxo de mercadorias e serviços na zona rural dos municípios. Em geral, essas rotas são geradas por meio do aproveitamento de trilhas e caminhos já existentes, condicionadas a um traçado geométrico carregado de fortes rampas e curvas acentuadas.
“Já conversamos com governador [da Bahia, Jerônimo ], o [ministro da Casa Civil], Rui Costa, bancada de deputados do estado da Bahia, para que nós façamos parcerias em estradas vicinais. O Ministério da Agricultura, governo do estado da Bahia, governo do presidente Lula e os produtores para substituir pontes de madeira, galerias tubulares, cascalhar as rodovias, integrar com as rodovias pavimentadas e dar mais competitividade logística”, afirmou Fávaro.
(Com Agência Brasil)