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Levantamento mostra prejuízo à safra 2021/2022 no Sul do Brasil

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
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Levantamento mostra que a falta de chuvas prejudicou o desenvolvimento da soja e do milho, principalmente na região Sul e no Mato Grosso do Sul, na safra 2021/2022, de acordo com os resultados dos estudos de custos de produção do Projeto Campo Futuro, da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Os dados da cadeia produtiva de cereais, fibras e oleaginosas (soja, milho, trigo, arroz e feijão) foram apresentados pela CNA.

 

Durante o debate, o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, afirmou que as regiões analisadas sofreram influência das condições climáticas, principalmente estiagem no ciclo 2021/2022. “A escalada de preços dos insumos e os conflitos geopolíticos também interferiram na condução das atividades”.

O pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Mauro Osaki, apresentou os principais resultados do Campo Futuro neste ano. Segundo ele, o Custo Operacional Efetivo (COE) das regiões analisadas para as cinco culturas sofreu alta na safra 2021/2022, se comparado ao ciclo anterior. O fertilizante foi o principal item que pesou no COE.

 

Soja

Em relação à soja, Mauro informou que a seca prejudicou o desenvolvimento do grão no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. “A estiagem provocou grandes prejuízos em Tupanciretã (RS), por exemplo, que registrou produtividade de 13 sacas por hectare e margem bruta negativa de R$ 2,4 mil por hectare”, disse.

Milho 

De acordo com os dados apresentados, a seca também prejudicou os resultados do milho verão na região Sul. Os ataques de cigarrinha também foram um fator que impactou a produção. Na primeira temporada, o custo com inseticida aumentou 21%. Segundo o pesquisador, o preço médio do milho aumentou 13% na safra verão 2021/2022, mas a receita bruta média caiu 7% no mesmo período. Essa retração se deve a quebra da produtividade de 20%. O COE ficou 31,1% superior em relação à temporada 2020/2021.

 

Trigo 

Os resultados dos levantamentos revelam que o preço médio do trigo subiu na safra 2021 frente a anterior, porém esse avanço não foi compatível com o aumento nos custos de produção, a exemplo do COE, que avançou 34%. Dentre as oito regiões pesquisadas, quatro registraram receita bruta superior ao Custo Operacional Total (COT), com destaque para Campos Novos (SC).

Arroz e Feijão

A falta de chuva reduziu a disponibilidade de água nos reservatórios, afetando negativamente a produtividade do arroz. A produção de feijão da 1ª safra também sofreu com a falta de chuva. Dentre as três propriedades típicas avaliadas para a produção do arroz em Uruguaiana (RS), Camaquã (RS) e Tubarão (SC)). As duas fazendas típicas do RS apresentaram as menores margens de lucro, devido ao maior desembolso com fertilizantes.

 

O diretor-geral da AgResource Brasil, Rafael Mandarino, também participou da live e falou sobre situações desconhecidas para os mercados agrícolas mundiais, como a grande reinicialização econômica que está em andamento à medida que as pressões inflacionárias europeias/americanas/globais aumentam, além da guerra entre Rússia e Ucrânia a seca sul-americana, que produzem o maior choque global de fornecimento de grãos desde 1914.

Com CNA

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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