Itaipu adota ações sanitárias para galinheiros comunitários

Fernanda Toigo

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Imagem: Faep

A Itaipu Binacional se comprometeu a adotar um protocolo sanitário voltado aos 64 galinheiros comunitários que estão sendo instalados em aldeias indígenas na região Oeste do Paraná. O acordo foi firmado em reunião realizada na segunda-feira (7), em Cascavel, da qual participaram representantes do poder público e do setor produtivo. A adoção de providências “imediatas e urgentes” em relação aos galinheiros comunitários era um pedido do Sistema FAEP, em razão dos riscos sanitários decorrentes da criação informal e de subsistência das aves.

“A nossa preocupação sempre foi em relação à questão sanitária. Não podemos colocar em risco uma atividade na qual o Paraná é líder e que movimenta mais de R$ 40 bilhões por ano. Qualquer contaminação decorrente desses galinheiros comunitários poderia trazer impacto com prejuízos incalculáveis”, diz o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “A reunião foi produtiva, com ganhos para o setor produtivo, pois traz garantias para fortalecer a segurança sanitária. Mas vamos continuar acompanhando a situação, para garantir os interesse dos produtores rurais e do setor agropecuária paranaense”, acrescenta.

Mais entidades se preocupam com galinheiros comunitários

Além do Sistema FAEP, a reunião que definiu as novas medidas teve a participação de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), do Sistema Ocepar, de cooperativas, do Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e da Itaipu.

O protocolo sanitário vai ser definido pela Adapar e pela Itaipu. Os galinheiros devem passar por um processo de georreferenciamento, com o cadastro de todos os animais – de acordo com protocolo já vigente no Paraná. Além disso, os galinheiros só poderão conter galinhas, excluindo outras espécies como patos, marrecos e gansos, por exemplo. A Itaipu também se comprometeu a manter os galinheiros concentrados na região Oeste do Paraná (o projeto inicial previa também a instalação no litoral) e a não comprar novas aves.

Entenda o caso

A iniciativa para a instalação de 64 galinheiros comunitários em comunidades indígenas partiu da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) em parceria com a Itaipu Binacional, por meio do programa Itaipu Mais que Energia. De acordo com o site da FLD, cada galinheiro comunitário terá 100 aves, totalizando 6,4 mil animais.

O Sistema FAEP reagiu. Em 17 de março, a entidade passou a cobrar medidas contra a instalação dos galinheiros. A preocupação diz respeito a doenças que podem ser disseminadas a partir dessas unidades de criação, podendo atingir granjas comerciais – o que seria catastrófico para a atividade e para a economia do Paraná.

“A sociedade paranaense investiu esforços e recursos financeiros para construir um sistema sanitário sólido, com a sinergia entre setores público e privado. Esse trabalho é reconhecido internacionalmente com o status sanitário de área livre de febre aftosa sem vacinação e de peste suína clássica. Permitir esse tipo de iniciativa coloca em risco todo o investimento de décadas”, disse Meneguette, na ocasião.

A partir do alerta do Sistema FAEP, a Seab e a Adapar também manifestaram preocupação em relação aos galinheiros comunitários. A secretaria e a agência enviaram ofício à Itaipu, recomendando que a empresa “reavalie a estratégia de apoio à criação de aves nas regiões citadas” e que “considere medidas adicionais de segurança sanitária”.

(Com FAEP)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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