Foto: Ellen Bonow/Emater/RS-Ascar

Plantio da soja se aproxima do final

Redação Sou Agro
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Foto: Ellen Bonow/Emater/RS-Ascar

A semeadura da soja no Rio Grande do Sul alcança 96% da área de cultivo projetada pela Emater/RS-Ascar nesta safra 2024/2025, que é de 6.811.344 hectares, com produtividade média de 3.179 kg/ha. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado nesta quinta-feira (26/12), de maneira geral, o término do plantio da soja ocorre de forma mais lenta devido à sequência de semeadura em áreas previamente ocupadas por outras culturas, como milho e tabaco, ou em regiões de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), onde a retirada dos bovinos ou a colheita de sementes forrageiras acontecem de forma tardia. A implantação da soja deverá ser concluída até a primeira quinzena de janeiro, à medida que as áreas forem sendo liberadas.

Até o momento, as lavouras de soja apresentam excelente desenvolvimento, impulsionado pela alta luminosidade e pelos níveis razoáveis de umidade no solo. As plantas em fase vegetativa (96% da área de cultivo) demonstram emissão expressiva de ramos laterais e fechamento entre as fileiras adjacentes, indicando vigor satisfatório. Em lavouras de cultivares precoces, semeadas na primeira quinzena de outubro, se observa o início da floração (4%). A partir desse estágio, a demanda hídrica aumenta de forma significativa, o que traz preocupação em função da distribuição irregular e dos baixos volumes de chuva ocorridos nas primeiras três semanas de dezembro, especialmente no Centro e Oeste do Estado.

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Milho – A semeadura avançou de forma moderada, atingindo 95% da área projetada para a Safra 2024/2025, que é de 748.511 hectares. A finalização da operação ocorre a um ritmo mais lento devido à implantação tardia em pequenas extensões na Região Sul e na Campanha, bem como à prática de plantio em safrinha em outras regiões, em áreas atualmente ocupadas por milho, tabaco e feijão. Essa semeadura deverá ser concluída ao longo do mês de janeiro, à medida que as áreas ocupadas por essas culturas sejam liberadas para nova implantação.

Embora as chuvas das últimas semanas não tenham sido uniformes e significativas em todo o Estado, as condições para o enchimento dos grãos estão adequadas, principalmente devido ao predomínio de temperaturas amenas, que favorecem tanto a preservação da umidade no solo quanto a otimização do processo fotossintético das plantas. O tempo firme contribuiu para a perda de água dos grãos nas lavouras implantadas no início do zoneamento da cultura. Nas áreas tardiamente implantadas foi utilizada irrigação por pivô central, uma vez que estão em fase final de enchimento de grãos, com possibilidade de acúmulo de fotoassimilados.

A colheita do milho foi iniciada no Noroeste do Estado, chegando a 1%. A produtividade obtida está pouco abaixo da projeção inicial, cuja média é de 7.116 kg/ha, mas superior à safra anterior. A operação deverá ser ampliada na primeira quinzena de janeiro, dependendo das condições climáticas, que podem acelerar a perda de água da massa de grãos.

Milho Silagem – A colheita de milho para silagem foi intensificada, assim como a semeadura em áreas recentemente colhidas. Estima-se que 10% da área cultivada, de 357.311 hectares nesta safra, foi colhida, e 15% encontram-se no ponto de ensilagem, indicando a aceleração da operação nos próximos dias. A produtividade continua elevada, e as melhores produções alcançam até 60 mil kg/ha, acima da produtividade média projetada para esta safra, que é de 39.457 kg/ha. A qualidade da silagem está excelente, uma vez que as plantas mantiveram os colmos verdes até o momento do corte, além de apresentarem boa carga de grãos nas espigas. Esses fatores contribuem para elevar a qualidade nutricional, assegurando altos níveis de valor energético e proteico, essenciais para otimizar a alimentação animal.

Arroz – O plantio está praticamente concluído. Restam pequenas extensões a ser implantadas, interferindo minimamente na safra. A semeadura foi efetuada em ótimas janelas de plantio, dentro do período preferencial, ao contrário da safra anterior, quando o excesso de chuvas prejudicou o plantio em outubro e novembro. As lavouras de arroz, de maneira geral, apresentam excelente estabelecimento, resultado das chuvas regulares e da radiação solar adequada, que têm mantido desenvolvimento das plantas satisfatório na fase inicial do ciclo. Porém, as temperaturas mínimas, abaixo da média histórica em dezembro, ainda geram preocupação entre os orizicultores, principalmente diante da proximidade do período reprodutivo. As temperaturas mais baixas podem tanto impactar os processos fisiológicos, como a diferenciação das panículas, quanto comprometer o número de grãos por espiga, elementos fundamentais para o rendimento final da cultura.

Os produtores de arroz no RS estão realizando os tratos culturais necessários, como a irrigação adequada para a manutenção da lâmina de inundação, a aplicação de adubação de cobertura para suprir a demanda nutricional, especialmente em relação ao nitrogênio, e a aplicação de herbicidas seletivos para controle de plantas daninhas, preparando as lavouras para o início do período reprodutivo. O Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga) projeta área de 948.356 hectares cultivados. A Emater/RS-Ascar estima produtividade de 8.478 kg/ha.

Feijão 1ª safra – A colheita avançou de forma significativa nas áreas semeadas no início do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Entretanto, a maioria das lavouras ainda se encontra em fases finais do ciclo produtivo. Os resultados até o momento são considerados favoráveis, e as produtividades alcançam em torno de 1.500 kg/ha, dentro das expectativas para o ciclo agrícola. Essas áreas representam aproximadamente 60% do total cultivado em primeira safra no Estado. Os 40% restantes estão concentrados nos Campos de Cima da Serra, onde os plantios mais tardios ainda estão sendo realizados. Para a Safra 2024/2025 no Estado, a Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de 28.896 hectares, e a produtividade média estimada é de 1.864 kg/ha.

PASTAGENS E CRIAÇÕES
As chuvas registradas nas últimas semanas, aliadas à elevada incidência de radiação solar, têm favorecido de forma significativa o desenvolvimento vegetativo das pastagens de verão. A frequência e a regularidade das precipitações também impulsionaram o crescimento vigoroso do campo nativo, resultando em maior disponibilidade de forragem de qualidade para a alimentação dos rebanhos.

BOVINOCULTURA DE CORTE – As temperaturas têm sido favoráveis ao desempenho dos rebanhos, e os ventos reduziram o calor nas horas mais quentes do dia. As infestações por carrapato permanecem baixas, mas há necessidade de controle de mosca-dos-chifres e berne, com o uso de brincos mosquicidas para garantir o bem-estar dos animais. Foi finalizado o período de parição, e continua o processo de engorda dos bovinos e a atividade reprodutiva dos touros. Seguem os cuidados preventivos contra miíases em terneiros recém-nascidos. Os índices de cio nos rodeios de cria e as condições adequadas de úbere indicam alto potencial para a repetição de cria. A comercialização registra aquecimento significativo, e há perspectivas positivas.

OVINOCULTURA – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a comercialização de animais está em alta nesta segunda quinzena de dezembro. Na de Passo Fundo, a primavera se encerrou com resultados positivos para a ovinocultura, em virtude das condições climáticas favoráveis, que garantiram a alimentação adequada aos rebanhos. As fases de criação no período foram matrizes, cordeiros desmamados e ovinos em engorda. Na de Pelotas, as chuvas e as temperaturas amenas beneficiaram o desenvolvimento das pastagens e o conforto animal. A lã fina, especialmente de Merino Australiano, continua com alta demanda e valorização. Na de Santa Maria, segue o monitoramento do rebanho em relação ao controle de verminoses, especialmente em categorias mais vulneráveis, como cordeiros, borregos e matrizes no pós-parto ou com baixo escore corporal. Na de Santa Rosa, a produção de cordeiros é considerada excelente, e há perspectivas positivas para a continuidade desse desempenho. A demanda por cordeiros no final do ano tem sido alta.

APICULTURA – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Dom Pedrito, a safra de primavera sofrerá uma quebra significativa devido às chuvas intensas e aos ventos fortes entre agosto e outubro, que prejudicaram a atividade das abelhas e a oferta de floradas. A produção de mel estimada é de 50 mil kg, muito abaixo dos 200 mil kg registrados em anos de clima favorável. Na de Ijuí, a oferta de floradas nativas melhorou, especialmente da espécie unha-de-gato. Os apicultores continuam o manejo de colheita em colmeias com alta densidade populacional. Também houve aumento da revoada e da formação de novos enxames. Na de Santa Maria, os apiários localizados em áreas de campo, onde há presença de flora de maria-mole, têm apresentado produção satisfatória, como observado em São Sepé. Os preços do mel permanecem estáveis, variando conforme o tipo e o canal de comercialização. Na de Santa Rosa, a colheita da primavera foi concluída, beneficiada pela boa florada do campo nativo e pelas condições climáticas favoráveis.

(Com Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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