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AGROPECUÁRIA

Acordo Mercosul-União Europeia aumentará demanda e desafios aos auditores

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

Após 25 anos de debates, Mercosul e União Europeia anunciaram a conclusão definitiva das negociações do acordo entre os dois blocos. Além de alavancar o comércio internacional, o consenso histórico ratifica o reconhecimento da qualidade do agronegócio brasileiro, garantida pela atuação de auditores fiscais federais agropecuários espalhados por todo o Brasil. A expectativa é de que as exportações nacionais de produtos como carne, soja e café sejam ampliadas, aumentando consideravelmente a demanda e os desafios da carreira no país.

O Acordo de Parceria Mercosul-União Europeia representa uma das maiores áreas de livre comércio bilaterais do mundo e depende da chancela do parlamento europeu. De forma inovadora, ele abre oportunidades de comércio e investimentos entre os dois blocos. Produtos agrícolas brasileiros, como suco de laranja, frutas, café solúvel, peixes, crustáceos e óleos vegetais terão tarifas eliminadas. Além disso, exportadores brasileiros também terão preferência na venda de carnes bovina, suína e de aves, açúcar, etanol, arroz, ovos e mel.

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Os produtos de origem animal e vegetal exportados pelo Brasil passam pela chancela obrigatória dos auditores fiscais federais agropecuários. Os profissionais atuam em toda a estrutura de controle, incluindo as certificações sanitárias e fitosanitárias internacionais necessárias para os embarques em portos e aeroportos, passagens por fronteiras secas, assim como na defesa agropecuária, na fiscalização das indústrias. Há também os profissionais que ocupam cargos de adidos agrícolas, atuando em outros países na abertura, manutenção e ampliação de mercados para o agronegócio brasileiro.

Para o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Janus Pablo Macedo, a conclusão das negociações é motivo de comemoração, mas acende um sinal de alerta para a carreira, principalmente diante do aumento dos registros de quadros de ansiedade e depressão pela pressão e volume de trabalho, e no momento em que o Ministério da Agricultura cogita mudanças na estrutura das Superintendências Federais de Agricultura (SFA) e na Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), que pode causar interferências políticas no processo de fiscalização.

“O acordo Mercosul-União Europeia é um marco histórico para o comércio internacional, especialmente para a agropecuária brasileira. Com ele, certamente haverá uma maior demanda pelos grãos e proteínas nacionais e o trabalho técnico dos auditores fiscais federais agropecuários é essencial para a credibilidade do Brasil no mercado internacional e para a garantia da segurança da segurança alimentar em todo o mundo. Por outro lado, é urgente e necessária a valorização da carreira e a ampliação do quadro de profissionais em todo o país. Há uma deficiência de estrutura e de recursos humanos por falta de concursos públicos. Este cenário nos preocupa, pois se não houver investimentos urgentes por parte do Governo Federal na melhoria de condições de trabalho, toda essa segurança reconhecida mundialmente poderá ser colocada em risco, abrindo margem para questionamentos internacionais”, afirmou o presidente do Anffa Sindical.

Macedo se refere às recentes declarações de parlamentares franceses que questionaram a qualidade da carne brasileira, logo após a rede francesa Carrefour voltar atrás e revogar a decisão de deixar de adquirir a proteína brasileira. No mês passado, as falas protecionistas geraram um mal estar diplomático e um boicote ao mercado francês por parte dos frigoríficos brasileiros.

(Assessoria Anffa Sindical)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)