UFPR busca parceria com o Ministério da Aquicultura para fortalecer a produção pesqueira
Uma iniciativa da gestão Movimento UFPR, eleita para a nova reitoria da universidade, pode contribuir para que o Paraná avance ainda mais na liderança como o estado maior produtor de proteína de peixe e amplie seu potencial no cultivo de frutos do mar.
O reitor eleito da UFPR, Marcos Sunye, e a vice-reitora, Camila Fachin, reuniram-se em Brasília com o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, para debater investimentos em pesquisa e aprimoramento da piscicultura e de produção de frutos do mar no litoral paranaense.
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O encontro contou com a presença do secretário de estado do Paraná da Inovação, Modernização e Transformação Digital, Alex Canziani, e da deputada federal, Luísa Canziani, do gestor de projetos de P&D do Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da UFPR, Edemir Maciel, e Eduardo da Silva, Diretor Científico da Fundação de Pesquisa Florestais do Paraná (FUPEF) da UFPR.
O Paraná se destaca como o maior produtor de peixes do Brasil, especialmente na piscicultura, com a tilápia sendo a principal espécie cultivada.
Em 2023, o Paraná produziu 193 mil toneladas de peixe, com destaque nos municípios próximos ao campus de Palotina, que oferta o curso de Engenharia de Aquicultura. O objetivo com o encontro em Brasília é buscar investimento do Governo Federal para ampliar a pesquisa e produção de proteínas de frutos do mar, com foco nos campus da UFPR no litoral.
De acordo com Sunye, uma parceria entre a universidade, o Ministério da Pesca e o governo do Paraná é fundamental para ampliação da infraestrutura de pesquisa nos campos localizados no litoral, como Mirassol e Centro do Sul do Mar. “O litoral precisa de uma expansão para aumentar a pesquisa, principalmente na criação de moluscos, ostras e peixes na água salgada. A UFPR tem infraestrutura de laboratórios no litoral, principalmente nos campos de Mirassol e Centro do Sul do Mar. Contudo, estes laboratórios precisam ser expandidos e equipados, para poder expandir também a pesquisa em desenvolvimento”, aponta Sunye.
Para o secretário Canziani, o evidente interesse do ministro no encontro marca o início de um projeto envolvendo o governo federal e estadual com a UFPR. “O ministro fez questão de chamar os técnicos do ministério para poder trocar ideias sobre possíveis projetos. Não tenho a menor dúvida que nós vamos conseguir fazer uma parceria da Universidade Federal do Paraná com o ministério e com o governo do Paraná para que a gente possa fazer crescer cada vez mais a pesca no país”, destaca.
Uma leitura positiva sobre o encontro e a receptividade do ministro ao fortalecimento e colaboração entre UFPR, o Governo Federal e o Estado do Paraná também foi apontada pela deputada federal, Luísa Canziani.
Segundo a parlamentar, o encontro foi muito proveitoso e construtivo, enfatizando o reconhecimento do Ministério em relação à quantidade de projetos e pesquisas desenvolvidas pela universidade, especialmente na produção de tilápia. “Há um reconhecimento por parte do ministério acerca da quantidade de projetos, de ações de pesquisas e de estudos que a UFPR desenvolve. Assim, a ideia é que haja cada vez mais colaboração para que a gente possa impulsionar a produção de tilápia no estado do Paraná e consequentemente no Brasil. O Paraná é hoje o maior produtor de tilápia do Brasil e a pesquisa tem um papel fundamental para trazer mais tecnologia, trazer mais inovação, trazer inclusive mais formação para os produtores. Soma-se a isso o necessário investimento para impulsionar a produção das ostras no estado”, afirma a deputada.
Na reunião com o ministro, Sunye apresentou dados sobre a infraestrutura da UFPR no litoral, e o potencial de produção de pesquisa a partir tanto dos cursos como dos projetos de extensão. Dois exemplos destacados pelo reitor eleito foi o Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais (GIA), que desenvolve uma série de atividades voltadas para a pesquisa e preservação ambiental, incluindo o mapeamento da biodiversidade, a criação de ovos e larvas de peixes, a produção de siri mole em cativeiro e o monitoramento da Margem Equatorial em áreas de produção de petróleo, e o projeto “Semeando o Futuro da Maricultura no Paraná”, que foca na produção de sementes de moluscos bivalves e na melhoria do plantel de reprodutores para ostras.
Desenvolvimento local e controle da evasão
O investimento em pesquisa pode resultar em técnicas mais eficientes para cultivo e manejo de peixes, aumentando a oferta de proteínas saudáveis no mercado interno e externo. O objetivo da parceria é desenvolver pesquisas e tecnologias que repliquem os resultados na produção de peixes também para a maricultura. Hoje, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro são os principais produtores do país, com destaque para o estado do sul, que responde por 95% da produção de mexilhões e ostras do Brasil. O investimento pode colocar os mais de 100 km de extensão do litoral paranaense na rota da maricultura.
“Acredito que nós podemos ter recursos para mais pesquisas, recursos para poder formar as cooperativas de pescadores, de próprios pescadores, desenvolver novas oportunidades para o setor, fazer um benchmarking, como é que outros países estão trabalhando isso e a gente poderia aproveitar disso também. Então, eu vejo que o Paraná tem um potencial fantástico, e podemos crescer muito ainda em outras variedades, em outros tipos de peixes. E a pesquisa na UFPR pode nos ajudar muito nisso. Então, eu vejo que nós vamos ter um caminho muito interessante para poder trabalhar aqui junto ao Governo Federal”, afirma Canziani.
Além de focar em práticas sustentáveis na aquicultura, minimizando os impactos ambientais e promovendo o uso responsável dos recursos hídricos, o aumento em pesquisa e produção também fomenta o desenvolvimento local, e a redução da evasão nos cursos. “Um aporte do Ministério da Pesca nos projetos nos ajudar no combate da evasão, dando ênfase principalmente nos filhos de pescadores que estudam na UFPR, sobretudo nos campus do litoral”, reforça Sunye.
(DA ASSESSORIA)