Para os consumidores, carne mais cara. Para os produtores, recomposição de preços. Foram 12 meses em queda. Fato é que quem vai ao supermercado tem sentido a diferença no bolso.
O Portal Sou Agro foi em busca de respostas junto ao setor, e não há mistério. “A carne está mais cara neste último trimestre de 2024 porque a oferta de animais prontos para abate está restrita e as escalas de abate nos frigoríficos bastante curtas”, explica o pecuarista Lindonês Rizzotto.
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Basicamente lei da oferta e demanda. É a forma com que tradicionalmente o mercado se ajusta. “Na pecuária ocorrem ciclos em que a oferta é alta e os preços baixam, consequentemente o pecuarista diminui o plantel vendendo as fêmeas ( matrizes) então ocorre a falta de oferta de animais para reposição e a consequência menor oferta de animais para abate”.
O pecuarista optou por vender menos animais e não ter prejuízo. Os preços baixos pagos aos pecuaristas desestimularam a ampliação dos rebanhos. Com isso, aumentou o abate de fêmeas e, por consequência diminuiu o nascimento de terneiros. Este ciclo no campo é um dos fatores que fazem a carne ficar mais cara para o consumidor.
Segundo o IBGE o preço médio da carne bovina está 8% mais alto do que em outubro do ano passado. Alguns cortes tiveram alta que supera 10%. E com o aumento das exportações o valor pago pela arroba do boi também ficou mais valorizado.
O bom momento para o setor seguirá pelo menos até o início de 2025. E não há o que fazer, quem aprecia um bom churrasco vai ter que pagar o preço. O mercado da carne vislumbra preços altos até o primeiro trimestre.
E o câmbio, influencia? O dólar tem pouca relação com a alta dos preços das carnes, apesar de o Brasil estar exportando bastante. “Em 2024 a previsão de exportação supera 2,5 milhões de toneladas. A demanda externa neste ano deve aumentar em torno de 28-30% em relação a 2023. O consumo perca pita no Brasil está em 30 kg /ano/pessoa.”, detalha Rizzotto.
O Brasil tem um rebanho de 220 milhões de cabeças, contra 90 milhões dos USA, que são os maiores do setor. “Nossa taxa de desfrute está em torno de 27% enquanto nós USA 60%”.
O centro de estudos avançados em economia aplicada, da USP, aponta que o preço do boi gordo está no maior valor em quase dois anos.
(Da Redação)
(Redação Sou Agro/Sou Agro)