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APICULTURA

Sistema FAEP provoca “enxame” de novos meliponicultores

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

“Abelhas sem ferrão”, do Sistema FAEP, no litoral do Paraná provocou a formação de novos meliponicultores. Após a formação de quatro grupos, os participantes se uniram e criaram a Associação de Meliponicultores do Litoral do Paraná (AME). Já formalizada com estatuto e diretoria, a organização busca transformar a região em um polo da produção de mel e derivados das abelhas nativas.

A mobilização teve início com a promoção de cursos do Sistema FAEP no litoral, por intermédio da Agência dos Trabalhadores de Pontal do Paraná, ainda em 2021, quando ocorreu a primeira capacitação de meliponicultora.

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“A imprensa da região fez a cobertura, então começaram a aparecer diversos meliponicultores de ‘fundo de quintal’ querendo aprimorar suas técnicas. Assim foram surgindo novas turmas. Já são quatro até o momento”, conta o gerente da Agência dos Trabalhadores de Pontal do Paraná, Albor Neto.

Com toda essa movimentação, surgiu um grupo de aficionados pelas abelhas sem ferrão, como Osnir Rosa Lima, médico aposentado que tem cerca de 20 enxames de diferentes espécies no terreno de casa, em Pontal do Paraná. Quando fez o curso do Sistema FAEP, Lima acabou conhecendo outros meliponicultores. “Em conversas com alguns colegas, começamos a ver que a coisa podia criar corpo e se desenvolver”, lembra Lima, primeiro presidente da AME.

O funcionário aposentado do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) Sergio Roberto Auffinger, com quem Lima trocou as primeiras ideias sobre a criação da associação, nunca tinha trabalhado com abelhas. Porém, desde que se mudou para Pontal do Paraná, Auffinger se apaixonou por esses insetos nativos. Hoje, por meio de conhecimento, a intenção é ampliar a coleção domiciliar de 11 enxames.

Tudo graças a capacitação do Sistema FAEP, que possibilitou dar início a todo o movimento.

 

Sergio Roberto Auffinger, secretário da AME

Negócio

Além de reunir entusiastas da meliponicultura que querem ampliar seus negócios, a AME conta com 26 associados que vendem colmeias, mel e derivados. William Rafael Kotovei, vice-presidente da entidade, está no ramo há 10 anos. Lá atrás, como hobby, Kotovei começou a ter as abelhas sem ferrão em casa e percebeu nisso uma possibilidade de negócio. Até o momento, Kotovei vende apenas colmeias. Em paralelo, está formando um plantel de enxames para, no futuro, fazer a migração e passar a vender mel e derivados.

“A meliponicultura tem um potencial enorme no litoral. Nosso bioma é muito produtivo e ainda está bem preservado. E o valor é tanto financeiro quanto ambiental, porque trazendo esse assunto à tona podemos sensibilizar os órgãos públicos para necessidade da conservação ambiental tendo o mel de abelhas sem ferrão como um aliado”, aponta Kotovei. “Faltava, para começarmos esse movimento, juntar todo mundo que tem colmeias em casa. Agora já conseguimos sonhar até mesmo com uma cooperativa no futuro”, reforça.

Para além da Serra do Mar

A Associação de Meliponicultores do Litoral do Paraná (AME) pretende romper as barreiras do município de Pontal do Paraná, atuando em todo o litoral. Mais do que isso, o movimento já conta com a participação de produtores para além da Serra do Mar. José Jucelino Bini integra a AME e já vende mel de abelhas sem ferrão produzido em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

“Para a associação continuar crescendo, devemos sempre pensar como as abelhas. Elas trabalham juntas para alcançar seu objetivo, que é crescer e viver sempre unidas”, enfatiza Bini.

O produtor tem em torno de 600 caixas de meliponídeos. Ele vende colônias e subprodutos, como sabonetes, extrato própolis, protetor labial, pomada cicatrizante, hidromel, atrativo e iscas para captura de enxames e itens de artesanato. O produtor oferece ainda assistência a outros meliponicultores, minicursos e assessoria para quem precisa de polinizadores. Os negócios com as abelhas sem ferrão geram uma receita bruta mensal de R$ 6 mil, que complementa a renda de Bini, que também atua como empresário no ramo de confecção.

(Por Antonio Senkovski, Faep)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)