Fonte: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP/METSUL METEOROLOGIA
Boletim Climático

Semana terá mais temporais no Brasil. Veja onde há riscos

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Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

O retorno da chuva para grande parte do Brasil, que a MetSul Meteorologia antecipava no último domingo, trouxe de volta como se previa os temporais. Tempestades fortes a severas na sexta-feira deixaram oito mortes no país, sendo sete no estado de São Paulo e uma no Distrito Federal.

A onda de tempestades que atingiu o estado de São Paulo entre a tarde e a noite da sexta-feira deixou sete mortos, de acordo com balanço divulgada pela Defesa Civil do estado. A maioria das vítimas é da região metropolitana da capital paulista, conforme o levantamento.

O número faz com que a onda de tempestades em São Paulo de ontem seja o pior desastre natural em fatalidades no Brasil desde as enchentes do fim de abril e maio no Rio Grande do Sul, quando mais de 200 pessoas morreram, incluindo as vítimas de leptospirose (não incluídas no balanço oficial).

O episódio mais grave ocorreu na cidade de Bauru, no interior do estado. Três pessoas morreram durante tempestade severa. Uma mulher, uma criança e um idoso se protegiam do temporal quando muro desabou sobre eles. Os temporais de vento e granizo afetaram ainda outras cidades do interior paulista com queda de árvores e destelhamentos, como em Presidente Prudente e Nova Odessa.

Em Diadema, na Grande São Paulo, uma pessoa morreu por conta da queda de uma árvore durante a tempestade. Em Cotia, também na região metropolitana da capital paulista, duas pessoas morreram e uma fica ficou gravemente ferida na queda de um muro. Na cidade de São Paulo, mais uma morte. Foi de uma pessoa atingida por queda de árvore no bairro do Campo Limpo.

No Distrito Federal, temporal também causou uma morte. Um militar do Exército foi atingido por uma árvore que caiu com o vendaval que acompanhou a chuva forte em Brasília nas instalações do quartel da Polícia do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU). Ele descia a bandeira do Brasil quando foi atingido pela árvore.

SEMANA TERÁ NOVOS TEMPORAIS COM RISCO DE ESTRAGOS

O padrão atmosférico mudou significativamente no Brasil. Não é mais o mesmo que prevaleceu até poucos dias atrás e que trouxe meses de clima muito seco e quente com ausência de precipitação em muitas cidades do Centro-Oeste e do Sudeste do país por 150 dias ou mais.

A maior presença de umidade na atmosfera com temperatura alta vai prosseguir nesta semana sobre grande parte do Brasil, o que vai trazer condições para a formação de novos temporais de vento e queda de granizo. As áreas de maior risco para tempo severo nesta semana são as do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil, onde se espera maior instabilidade atmosférica com ar quente e altos índices de umidade, o que vai formar nuvens carregadas capazes de provocar temporais, alguns fortes a severos.

Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e o Distrito Federal estão entre as áreas com maior potencial para temporais no decorrer desta semana que se inicia. Em São Paulo, onde a maior parte da semana será de sol, a instabilidade deve aumentar na capital e no interior no final da semana.

O mapa acima mostra a projeção de chuva para esta semana no Brasil do modelo de referência de previsão do tempo do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF), disponível para o nosso assinante (assine aqui) na seção de mapas. No Sul do Brasil, entre terça e quarta-feira, áreas de instabilidade devem avançar pela região e algumas podem ser fortes, assim que não podem ser descartados alguns temporais bastante pontuais e isolados de vento forte e queda de granizo.

DINÂMICA ATMOSFÉRICA COMO NO VERÃO

Os temporais esperados nesta semana no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil devem ter características típicas das tempestades isoladas que se formam com o calor e a alta umidade durante a temporada chuvosa no Centro do Brasil, que tem seu auge nos meses de verão. Como isso ocorre? A combinação de umidade mais elevada com temperatura alta proporciona que as condições se tornem propícias para a ocorrência de temporais isolados de chuva torrencial com elevados volumes em curto intervalo, vento forte e granizo.

Estes temporais se dão principalmente da tarde para a noite, quando se formam nuvens de grande desenvolvimento vertical pelo aquecimento diurno que gera movimentos convectivos (ar ascendente) na atmosfera. A convecção forma nuvens do tipo Torre Cumulus (TCu) e Cumulonimbus (Cb) que causam os temporais localizados e não raro muitíssimo isolados.

Localmente, alguns destes temporais podem ser fortes a severos mesmo com risco de danos. Quanto mais quente e atmosfera e menor a pressão atmosférica, maior é o potencial para haja a formação de nuvens muito carregadas e mais alta a probabilidade de temporais localizados de maior severidade.

O ar quente e a umidade são os combustíveis para tempo severo e dias de calor mais intenso apresentam maior probabilidade de tempestades se a atmosfera não estiver muito seca.

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Com Metsul

(Sirlei Benetti/Sou Agro)