Foto: Fernando Martin
EVENTOS

Políticos, autoridades e produtores falam da importância de aperfeiçoar o seguro rural

Foto: Fernando Martin
Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

Na abertura do workshop “Modernização do Seguro Rural no Brasil” que ocorreu na segunda (14), em Cuiabá (MT), políticos, autoridades, representantes de entidades e de produtores rurais reforçaram a necessidade de aperfeiçoar e modernizar o seguro rural para atender os produtores de todo o país.

O evento foi realizado pela CNA em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Instituto Pensar Agro (IPA) e Senado Federal com o objetivo de discutir as propostas do Projeto de Lei nº 2951/2024, que busca tornar o seguro rural mais acessível aos produtores.

Comissão aprova desoneração de IPI para máquinas usadas na produção de leite

Estado lidera exportações de carnes e óleos vegetais

O Projeto de Lei é de autoria de Tereza Cristina e relatoria de Jayme Campos, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. A proposta busca aperfeiçoar a política do seguro rural, fortalecendo a previsibilidade orçamentária e a eficiência do setor.

Na abertura do encontro, a senadora afirmou que o primeiro texto é um “guarda-chuva” e que será aprimorado pelo senador Jayme Campos, com as emendas sugeridas, para que fique mais consistente e adequado ao que o setor necessita. “Temos que dar corpo e previsibilidade a essa ferramenta. Não dá para todo ano ficarmos aguardando o governo dizer se vai ter recursos para a subvenção”.

Em seu discurso, Tereza Cristina disse que, quando esteve à frente do Ministério da Agricultura, um dos principais problemas gerados pela falta de seguro era a renegociação de dívidas. “Toda vez que ocorria quebra de safra por problemas climáticos ou outros motivos, o produtor pedia para renegociar a dívida e isso acabava reduzindo o valor da subvenção ao crédito oficial”.

Para a senadora, o objetivo do projeto de lei é modernizar o seguro rural no país, com taxas que caibam no bolso do produtor, e que atenda as particularidades de cada atividade. “Esse é o momento de discutir, de mudar a nossa cultura. A lei não vai ficar perfeita, mas pode ser aperfeiçoada. Temos muitas pessoas qualificadas envolvidas para construir uma lei que atenda o produtor, seja ele pequeno, médio ou grande”.

Senadora Tereza Cristina/Foto: Fernando Martin
Senadora Tereza Cristina/Foto: Fernando Martin

Em seguida, o senador Jayme Campos destacou que o seu papel enquanto relator da proposta é dar consistência ao texto. “Esse momento é de união. Temos que fazer o que é bom para o povo, para o setor, melhorando o ambiente de investimentos, criando políticas públicas sérias e garantindo segurança jurídica. Juntos, faremos um relatório consistente e zeloso”.

Durante sua fala, o senador citou algumas mudanças que o Projeto de Lei nº 2951/2024 traz com a modernização da política pública, como as fontes de recursos (Tesouro Nacional e mercado privado), a gestão e transparência dos valores dos fundos, a previsão de criação de um conselho fiscal que supervisionará a instituição na administração do fundo, entre outras propostas.

“O projeto estabelece benefícios para contratar seguro rural no Brasil com taxas de juros favoráveis e priorização de acesso ao crédito do Plano Safra”, disse. Jayme Campos também informou que, como forma de dar maior eficiência ao seguro rural, o fundo somente poderá auxiliar as operações que estejam contempladas com regras de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).

Senador Jayme Campos/Foto: Fernando Martin
Senador Jayme Campos/Foto: Fernando Martin

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Vilmondes Tomain, também participou da abertura do encontro e afirmou que a atividade rural enfrenta diversos riscos e incertezas como mudanças climáticas, pragas, doenças e oscilações de mercado e, nesse contexto, o seguro se destaca como ferramenta essencial para dar suporte ao produtor, reduzindo riscos e promovendo maior estabilidade e previsibilidade da produção.

De acordo com o vice-governador do Estado do Mato Grosso, Otaviano Pivetta, o Brasil precisa melhorar a qualidade das leis que facilitam os negócios e o seguro rural é uma delas. “É fundamental construir uma proposta de lei simples, de qualidade, que se torne uma opção de negócio e que estimule o empreendedorismo no campo”.

Foto: Fernando Martin
Foto: Fernando Martin

Também discursaram na abertura do evento o presidente do Sistema OCB/MT, Nelson Piccoli, o diretor de Assuntos Legislativos da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Esteves Colnago, o presidente do Secor-MT, José Cristóvão Martins, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico do Mato Grosso, César Miranda, o deputado estadual Júlio Campos (União-MT), as deputadas federais Coronel Fernanda (PL-MT) e Gisela Simona (União-MT), e os senadores Jaime Bagattoli (PL-RO) e Wellington Fagundes.

Durante o evento, que reuniu diversos especialistas, foram realizados os painéis “Importância do Seguro Rural no Brasil” e “Como deve se estruturar o mercado de Seguro Rural?”.

 

(Redação Sou Agro/Sou Agro)