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AGRICULTURA

Esporos de ferrugem-asiática são identificados no Oeste do PR

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

É da regional de Toledo o primeiro caso de esporos de ferrugem-asiática identificado na safra 25/25 pelo Alerta Ferrugem, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Essa é a 9ª safra com a instalação da rede e a divulgação de resultados.

ferrugem-asiática
Foto: IDR~PR
Até agora o caso de Palotina é o único no Paraná. Não se trata da doença nas plantas, mas dos esporos que podem germinar e infectar a lavoura, caso haja ambiente favorável.

O Paraná tem um dos melhores sistemas de monitoramento da ferrugem-asiática da soja do país, o Alerta Ferrugem. Produtores, extensionistas, pesquisadores e estudantes se mobilizam, anualmente, em torno dos coletores de esporos do fungo causador da doença espalhados pelo estado. Os equipamentos detectam o momento exato da chegada dos primeiros esporos da ferrugem nas lavouras, auxiliando a definir o melhor momento para fazer o uso de fungicidas. Nas últimas safras os produtores que seguiram as orientações do Alerta Ferrugem conseguiram reduzir o número de aplicações de fungicida nas lavouras, em 35%, na média. Isso significa que eles tiveram uma diminuição dos custos de produção e mitigaram os danos para o meio ambiente. Neste ano já foram instalados 85 coletores de esporos no estado, mas esse número deve chegar a 200 equipamentos nos próximos meses.

Edivan José Possamai, coordenador estadual do programa Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, observou que a cada ano o comportamento da ferrugem-asiática é diferente, dependendo das condições climáticas. Por isso, é tão importante fazer o monitoramento e acompanhamento da chegada dos esporos da doença nas lavouras. Ele explicou que semanalmente, os extensionistas, ou parceiros, fazem a leitura das lâminas dos coletores instalados em propriedades de produtores parceiros. A partir daí é possível identificar o momento de chegada dos primeiros esporos na lavoura, município ou região, e saber se é o momento certo de fazer a aplicação do fungicida. “Isso evita que o fungicida seja aplicado quando a doença ainda não se instalou nas lavouras, eliminando o desperdício. Ou aplicar tardiamente, quando podem ocorrer perdas de produtividade”, destacou Possamai.

Em anos sob influência do La Niña, mais secos, a ferrugem-asiática tende a entrar mais tarde nas lavouras e com menor agressividade. No ano passado os primeiros esporos apareceram no dia 30 de outubro. “Há esse indicativo para este ano, mas é preciso fazer o acompanhamento”, destacou Possamai. Para tanto, o Alerta Ferrugem é uma ferramenta importante que é implementada em parceria com a Embrapa-Soja, Sistema Faep/Senar-PR, dentre outros parceiros. As informações são divulgadas no site do IDR-Paraná (idrparana.pr.gov.br), na aba Alerta Ferrugem, com atualizações semanais. Os extensionistas também multiplicam a informação por meio dos grupos de whatsapp, orientando sobre o momento ideal para o produtor fazer o controle e os produtos de maior eficiência contra a doença.

IA IDENTIFICA ESPOROS

Nos últimos anos, o IDR-Paraná estabeleceu uma parceria com a UTFPR, Campus de Cornélio Procópio, para usar IA (Inteligência Artificial) para automação na identificação dos esporos e nesta safra a tecnologia vai validar a tecnologia no campo. Atualmente, as lâminas coletadas no campo são avaliadas por profissionais capacitados na identificação visual dos esporos, o que onera o processo.

Com o uso de IA, as lâminas passarão a ser analisadas por um software. “Isso possibilita aumentar o número de coletores no estado e melhorar as condições de identificação dos esporos que causam a ferrugem-asiática. Com o tempo poderemos identificar também os esporos de outras doenças de plantas, ao mesmo tempo que analisamos os esporos da ferrugem”, ressaltou Possamai.

Esse trabalho está sendo feito em conjunto com o CIA-Agro (Centro de Inteligência Artificial no Agro) uma proposta do governo de estado, dentro dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI) do Estado do Paraná.

O Centro tem por objetivo ser um agente transformador de desenvolvimento social e técnico com o uso da Inteligência Artificial aplicada na área agropecuária. O CIA-AGRO quer preparar o estado para a transformação digital em termos da Inteligência Artificial no âmbito do agronegócio, uma das principais forças do estado.

(Redação Sou Agro/Sou Agro)