Foto: Vanessa Figueiredo - Epamig

Déficit hídrico e temperaturas elevadas em cafeeiros são monitorados

Redação Sou Agro
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Foto: Vanessa Figueiredo - Epamig

As chuvas irregulares e as elevadas temperaturas registradas em 2024 têm resultado em grande preocupação para os cafeicultores de diferentes regiões produtoras. No Sul de Minas, dados coletados no Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) em Três Pontas mostram que o déficit hídrico acumulado até o mês de setembro foi mais que o dobro do que a média normalmente registrada neste período.

As pesquisadoras Vanessa Figueiredo, Margarete Volpato e Vânia Silva têm acompanhado as condições de hidratação das plantas e alertam para os cuidados necessários para reduzir os impactos ao cafeeiro. “Uma planta desequilibrada e mal nutrida vai sofrer muito mais que uma planta enfolhada e com os tratos fitossanitários e nutricionais realizados adequadamente”, adverte Vanessa.

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Confira, a seguir, artigo de autoria das pesquisadoras, no qual são descritos os dados registrados, as condições e algumas recomendações para amenizar os impactos negativos.

Impacto do déficit hídrico e temperaturas elevadas sobre o estado hídrico do cafeeiro na região Sul de Minas Gerais

Dentre os diversos impactos de eventos climáticos extremos, destaca-se neste ano de 2024 o aumento da temperatura, em média 1,5º C maior que no ano de 2023, para o mesmo período e precipitações muito mal distribuídas. Eventos como esses causam sérios danos às plantações de café.

De acordo com os dados coletados na estação meteorológica da MINASUL, instalada no Campo Experimental da EPAMIG em Três Pontas/MG, setembro encerrou-se com um déficit acumulado de 345,1 mm, sendo o normal para este período um déficit acumulado em torno de 150,0 mm (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Balanço Hídrico em Três Pontas, MG. Calculado por meio de Rolin et al. (1998). CAD de 100 mm.

O déficit hídrico diminui a hidratação das plantas. Neste momento, o cafeeiro encontra-se em uma condição onde não consegue recuperar a noite, a água perdida durante o dia. Aproximando-se de 150 dias sem uma chuva expressiva, conseguimos observar grande parte das lavouras cafeeiras sentindo bastante, com intenso desfolhamento e ataque de pragas e doenças.

As plantas que estão tolerando um pouco melhor essas condições adversas são aquelas que estavam podadas (Safra Zero) no ano de 2023 e não produziram em 2024. E que, por isso, apresentam um nível de enfolhamento mais alto.

No município de Três Pontas/MG, no ano de 2024, as precipitações mensais até o momento ficaram em torno de 888 mm, um acumulado considerado dentro do normal. Mas, é importante destacar que as chuvas foram muito mal distribuídas, de janeiro a março choveu um acumulado de 860 mm e de abril até 30 de setembro choveu apenas 28 mm, o que não favorece as fases fenológicas da cultura.

Considerações finais

 É importante conhecer o impacto dessas variações sobre o estado hídrico da planta para tentar ajustar as práticas de manejo, tais como adubação, irrigação e controle fitossanitário. A planta vai responder aos estímulos que nós dermos a ela. É importante que o produtor tenha pontualidade e capriche nos manejos, principalmente, em momentos de graves intempéries climáticas.

Os impactos sobre o desenvolvimento vegetativo e a produção são largamente variáveis em função das cultivares e do manejo adotado na lavoura. Uma planta desequilibrada e mal nutrida vai sofrer muito mais que uma planta enfolhada, com os tratos fitossanitários e nutri­cionais realizados adequadamente.

Responsáveis pelos estudos: Margarete Marin Lordelo Volpato, Vanessa Castro Figueiredo e Vania Aparecida Silva, todas Pesquisadoras EPAMIG.

vídeo: https://drive.google.com/file/d/1-GAqQvy6sidAm0IcgK_VA-rH8CAw2S-T/view

(Com Mariana Vilela Penaforte de Assis – Ascom/Epamig)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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