MERCADO
Exportações de alimentos atingiram R$ 166,4 bilhões
As exportações brasileiras de alimentos seguem em ritmo acelerado, com um crescimento de 8,5% no primeiro semestre de 2024, alcançando um recorde de R$ 166,4 bilhões.
Esses números foram revelados em um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). O aumento nas vendas externas reflete a crescente demanda internacional, especialmente entre os 22 países da Liga Árabe, que se consolidaram como os principais compradores de alimentos industrializados do Brasil. As exportações para essa região somaram R$ 33,6 bilhões, um aumento expressivo de 35,1% em comparação com o mesmo período de 2023.
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O presidente executivo da Abia, João Dornellas, destacou o papel de liderança do Brasil no cenário global de alimentos. “O Brasil, que sempre foi considerado o celeiro do mundo, agora é também o supermercado do mundo”, afirmou. Hoje, o Brasil exporta alimentos industrializados para 190 países, fortalecendo sua presença internacional.
As vendas externas do setor totalizaram 37,2 milhões de toneladas, uma alta de 19,1% na comparação com o primeiro semestre do ano passado. A Abia projeta que, até o fim do ano, as exportações do setor podem alcançar entre R$ 352,3 bilhões e R$ 368,5 bilhões.
Apesar do sucesso nas exportações, o mercado interno continua sendo o principal destino dos alimentos produzidos pela indústria brasileira. De janeiro a junho deste ano, as vendas no mercado doméstico representaram 73% do total, atingindo R$ 441,7 bilhões.
Um dos destaques foi o setor de food service (restaurantes, bares, lanchonetes), cujas vendas subiram 10,3%, alcançando R$ 124,9 bilhões no semestre. Segundo Dornellas, a recuperação do food service é um sinal positivo, impulsionada pelo crescimento do emprego e da renda no Brasil.
O varejo alimentar também registrou resultados sólidos, com crescimento de 8,2%, somando R$ 316,8 bilhões até junho. Esse desempenho foi favorecido pela estabilidade dos preços dos alimentos industrializados, o que ajudou a conter a inflação no setor.
De acordo com a Abia, enquanto os alimentos in natura acumularam uma inflação de 13,57% no semestre, os alimentos e bebidas industrializados subiram apenas 1,28%.
A indústria de alimentos segue investindo em sua capacidade produtiva. Nos primeiros seis meses do ano, foram investidos R$ 21,11 bilhões, um aumento de 8,7% em relação ao ano anterior. Esse montante foi destinado à ampliação e modernização de fábricas, além da construção de novas unidades.
A indústria alimentícia processa 61% de toda a produção agropecuária do país, desempenhando um papel essencial na economia nacional. No total, o faturamento da indústria de alimentos – considerando exportações e vendas internas – atingiu R$ 586,2 bilhões no semestre, um crescimento de 7,8% em comparação ao mesmo período de 2023.
A Abia projeta um crescimento de 2,5% a 3% nas vendas reais de alimentos industrializados até o fim de 2024, acompanhando a recuperação econômica do Brasil e a estabilização do cenário global. A combinação de demanda externa crescente e o fortalecimento do mercado interno reforçam o papel central da indústria alimentícia na economia brasileira, consolidando o país como um dos maiores exportadores e produtores de alimentos do mundo.
(Com Pensar Agro)