Recipiente com chuva preta coletada em Caibi, no Oeste de SC, na tarde do dia 12/09/2024 (Foto: Otemar Gallon/Epagri)
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Chuva preta ocorre em SC sem prejuízo ao setor agropecuário

Recipiente com chuva preta coletada em Caibi, no Oeste de SC, na tarde do dia 12/09/2024 (Foto: Otemar Gallon/Epagri)
Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

Depois de um longo período de tempo seco, finalmente a chuva chega em SC. Mas desta vez os moradores de algumas localidades viram uma água escura, a chamada chuva preta. O fenômeno acontece devido à presença de fuligem na atmosfera, oriunda da fumaça que de modo persistente predominou no estado nos últimos dias. Conforme o pesquisador de Hidrologia da Epagri/Ciram, Guilherme Miranda, essa chuva não prejudica de forma significativa o setor agropecuário.

O registro da chuva preta ocorreu entre os dias 12 e 13 de setembro por diversos moradores no Sul do Brasil. Em Santa Catarina, a região Oeste foi a mais atingida, visto que lá a concentração de fumaça foi maior durante a semana. Porém, também houve registros na Serra e no Leste Catarinense.

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No ano de 2020 o estado catarinense também recebeu a fumaça pantaneira, especialmente em setembro, quando a chuva preta foi registrada nas regiões entre o Extremo Oeste e Meio Oeste e Planalto Norte. Esse registro, inclusive, foi descrito pela meteorologista Laura Rodrigues em artigo publicado na Revista Agropecuária Catarinense.

Impactos na área rural

De acordo com o pesquisador de Hidrologia da Epagri/Ciram, Guilherme Miranda, essa chuva não prejudica de forma significativa o setor agropecuário.  “Ao chover, essa fuligem que estava suspensa no ar, poderia se depositar na superfície das folhas das hortaliças, prejudicando o aspecto visual de algumas. Mas a própria chuva promoveu a lavagem deste material, fazendo que consumo desses produtos hortigranjeiros não seja prejudicial para a saúde”, diz ele.

Em relação à pecuária, Guilherme lembra que bebedouros expostos acumularam esta chuva negra. Nesses casos, a recomendação é higienizar os bebedouros expostos após a ocorrência do fenômeno meteorológico.

“No que se refere ao meio ambiente, trata-se de uma poluição atmosférica de forma difusa, na qual a chuva é seu veículo de difusão. O destino deste material suspenso no ar serão os solos e os rios catarinenses, como já aconteceu em 2015 com as cinzas do vulcão Chileno Calbuco. Naquele episódio, não tivemos consequências significativas para o setor agropecuário”, diz ele.

(Com Epagri)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)