Foto: Defesa Civil
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Avião contratado combate incêndio

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

Uma semana após o Governo do Estado contratar aeronaves para auxiliar nos combates a incêndios florestais, o primeiro avião foi acionado nesta terça-feira (24) para atender uma queimada no município de Palmeira, na região dos Campos Gerais. A aeronave partiu do aeroclube de Ponta Grossa, onde está baseada, para complementar o trabalho de combate ao incêndio feito pelo Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) via terrestre.

Até o fim da tarde desta terça, o fogo já havia atingido cerca de 20 hectares nas proximidades da Fazenda Baroneza, uma região com ampla vegetação onde fica localizada a 2ª Companhia do 5º Batalhão de Suprimento do Exército Brasileiro. O primeiro registro de fogo ocorreu próximo das 13h30 após comunicado aos Bombeiros por meio do telefone 193. Não há registro de vítimas. Às 18 horas, o combate ao incêndio prosseguia com 25 militares, entre bombeiros e integrantes do Exército. Também até as 18 horas, o avião havia feito oito sobrevoos com dois lançamentos de água cada um. Segundo relato dos militares que atuam no combate ao incêndio, os lançamentos de água feitos pelo avião vêm sendo bem precisos, o que vem ajudando sobremaneira o trabalho dos brigadistas.

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O avião que atua no combate ao incêndio foi acionado às 13h47 e em menos de 10 minutos já estava no local do incêndio. Ele possui capacidade para carregar até 900 litros de água por voo e pode reabastecer na base de Ponta Grossa quantas vezes forem necessárias. “O local do incêndio fica a cerca de 40 quilômetros do Aeroclube de Ponta Grossa, então o deslocamento foi muito rápido”, explicou o comandante do Corpo de Bombeiros de Ponta Grossa, tenente-coronel Rafael Lorenzetto.

De acordo com ele, a aeronave descarrega a água em pontos estratégicos, onde estão concentrados os maiores focos de chamas, como forma de reduzir a temperatura do incêndio para que as equipes em solo possam avançar e controlar o fogo.

“O pessoal no solo repassa as coordenadas geográficas da área onde estão atuando e o avião faz o resfriamento com água, com uma espécie de cortina fria para combater as áreas onde há mais foco ou para evitar que ele se espalhe para outros locais. Depois desse resfriamento imediato os bombeiros podem avançar para efetuar o combate”, explicou.

O tenente-coronel acrescentou que a área do exército ficou bastante comprometida. “Felizmente o fogo não chegou até o paiol de munição. Ainda estão sendo feitos lançamentos de água com a aeronave. Esse combate vai seguir noite adentro. Estimamos que a área afetada seja em torno de 25 a 30 hectares”.

Além da aeronave, 15 bombeiros militares foram deslocados de Palmeira e Ponta Grossa para a região afetada. Dois caminhões com capacidade de até 5 mil litros de água, sendo um também destinado ao resgate de pessoas, e um veículo 4×4 preparado para salvamentos em diversos tipos de terreno e ambientes, também foram enviados pela corporação.

Como a situação ocorreu dentro da área militar, próximo a um local onde ficam suprimentos de manutenção do Exército, a instituição enviou um caminhão-pipa e está deslocando outros dois para a região, além de contar com cerca de 70 pessoas no local para apoio ao CBMPR.

PACOTE  A contratação das aeronaves integra o pacote de R$ 24 milhões anunciado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior para o enfrentamento à estiagem. A contratação emergencial de 600 horas/voo foi firmada com duas empresas, sediadas em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, perto da divisa com o Noroeste do Paraná, que servem como pontos de partida das aeronaves quando demandadas.

Desde 4 de setembro, o Paraná está em situação de emergência por conta da estiagem. Os municípios em situação de emergência também podem solicitar parte dos R$ 5 milhões do Fundo para Calamidades Públicas (Fecap) liberado para a locação de caminhões-pipa, compra de cisternas, combustível e cestas básicas.

O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schunig, alerta que os riscos de queimadas como a ocorrida agora em Palmeira continuam muito altos em todo o Paraná. “Muitas pessoas acabam a ficando desatentas a questão das queimadas porque choveu, mas temos aí mais um exemplo de que as queimadas não acabaram e que elas devem continuar ocorrendo”, disse. “A população precisa continuar atenta aos riscos e o Governo do Estado continuará a prover os meios necessários para evitar danos ao meio ambiente e às pessoas”, acrescentou.

(Com AEN/PR)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)