Foto: Fenasucro
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Produção de biometano pode descarbonizar frota pesada no Brasil

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

O setor de transporte no Brasil, predominantemente movido a diesel, pode se tornar mais sustentável nos próximos cinco anos. Uma projeção apresentada na 30ª Fenasucro & Agrocana, estima que a produção do biometano saia do 1,6 milhão de metros cúbicos atuais e chegue até 7 milhões em 2029.

“O Brasil possui um grande potencial para a produção de biometano, um combustível renovável que pode transformar resíduos orgânicos em uma fonte de energia sustentável. E o setor de transporte é crucial para essa descarbonização”, destacou Patrícia Bassili, gerente de planejamento da Mitsui Gás e Energia do Brasil e conselheira da Abiogás (Associação Brasileira do Biogás).

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Os números foram expostos no painel ‘A Bioenergia, envolvendo à Bioeletricidade, Biogás e Etanol’, durante o 14º Seminário de Bioeletricidade UNICA, CEISE e COGEN, que contou com a participação do presidente executivo da COGEN, Newton Duarte; o CEO da Tecnogera, Arthur Lavieri; o diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues; o CEO da Necta, José Eduardo Moreira; e o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Thiago Guilherme Ferreira Prado.

De acordo com Patrícia, para que essa capacidade de produção de biometano seja alcançada nos próximos anos, diversas iniciativas estão em andamento, entre elas a expansão das plantas que são consideradas fundamentais para o avanço da sustentabilidade no Brasil, já que oferece uma alternativa ecológica aos combustíveis fósseis, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa e a melhor gestão de resíduos.

“Atualmente, há 25 plantas de biometano aguardando autorização para iniciar suas operações no Brasil. Essa quantidade reflete o crescente interesse e o potencial do mercado, destacando que o país está se preparando para um aumento considerável na produção desse biocombustível”, revelou a gerente.

Mercado de biogás

As previsões indicam que o mercado de biogás pode gerar cerca de 800 mil empregos, com investimentos de R$ 120 milhões e uma redução estimada de 640 milhões de toneladas de carbono. Embora o potencial seja nacional, São Paulo se destaca, sendo responsável por mais de 55% da produção de biometano a partir de cana-de-açúcar.

“O mercado já está começando a absorver o biometano com algumas frotas pesadas e produtores de etanol utilizando esse combustível para reduzir a pegada de carbono na produção de açúcar e etanol. Essas iniciativas contribuem para a sustentabilidade e posicionam os produtores como líderes na adoção de tecnologias limpas”, ressaltou Patrícia.

Inteligência Artificial

A programação contou com debate sobre a utilização da Inteligência Artificial (IA) como vantagem competitiva nas operações agrícolas. Na Arena de Sustentabilidade, o engenheiro agrícola Marcelo Pierossi destacou como a adoção dessa tecnologia auxilia o setor em diferentes frentes, incluindo coleta de dados – para maior previsibilidade de manutenção de maquinário, por exemplo –, automatização de tarefas pontuais, experiência do cliente e capacitação de equipe, entre outros.

“Esses elementos, em conjunto, servem como uma base para a tomada de decisões mais estratégicas na gestão, o que, por sua vez, contribui para a eficiência dos processos. Lembrando que o objetivo da IA não é substituir as pessoas e, sim, maximizar seus potenciais”, enfatizou.

O tema também foi abordado no Auditório Zanini, com palestras conduzidas pelo empresário Paulo Gallo e pelo professor e pesquisador na área de programação e IA, Eduardo Mossim.

“Cana de Tudo: do Açúcar ao Infinito”

A 30ª edição da Fenasucro & Agrocana ainda recebeu a visita ilustre de Luiz Antônio Cerveira de Mello Ribeiro Pinto. Considerado um dos pais do Programa Nacional do Álcool (ProÁlcool) – modelo criado na década de 70 para incentivar a substituição em larga escala do petróleo por etanol –, Luiz Antonio participou do lançamento do livro “Cana de Tudo: do Açúcar ao Infinito”, dos jornalistas Luciana Paiva e Leonardo Ruiz, que registra a evolução do setor bioenergético, dos engenhos aos bioparques de energia.

Homenagem

Completando o dia, a Sociedade dos Técnicos Alcooleiros e Açucareiros do Brasil (STAB), juntamente com a Associação de Técnicos de Açúcar da América Latina e Caribe (ATALAC) e a Associação Colombiana de Técnicos da Cana de Açúcar (Tecnicaña) homenagearam o diretor da Fenasucro & Agrocana, Paulo Montabone, pelos 30 anos da feira.

“É uma honra receber esse reconhecimento em nome de toda a equipe que trabalha com afinco, o ano todo, para que esse evento tão grandioso possa acontecer. São as pessoas que tornam o setor da bioenergia e a Fenasucro & Agrocana gigantes”, celebrou Montabone.

(Com Assessoria)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)