Porque o fogo em São Paulo é absurdamente anormal
O estado de São Paulo enfrenta uma onda de incêndios e queimadas sem precedentes desde que se iniciaram as medições por satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais no final da década de 90.
Os números do monitoramento não apenas mostram uma situação extremamente grave como um quadro de fogo absolutamente fora do normal e extraordinário.
Veja os números
O estado de São Paulo registrou somente na sexta-feira 1886 focos de calor como efeito das queimadas. O número representa o dobro da média histórica de focos de calor por queimadas de agosto inteiro, que é de 914.
O número de focos de calor em 48 horas, entre os dias 22 e 23, foi de 2316. Significa que em apenas dois dias o território paulista anotou, 253% da média histórica mensal de queimadas de agosto.
São Paulo registrou neste ano até agora, entre os dias 1º de janeiro e 23 de agosto, um total de 4973 focos de calor. Ou seja, apenas a quinta e a sexta-feira responderam por 47% de todas as queimadas ocorridas no estado neste ano até o momento.
Na sexta-feira, conforme os números informados pelo Inpe, o Brasil anotou 4928 focos de calor. Assim, apenas o estado de São Paulo respondeu por 38% de todas as queimadas do país.
O número de queimadas da sexta-feira em São Paulo de 1866 ficou acima do número de focos de calor registrado em toda a Amazônia brasileira no mesmo dia de 1659, fazendo do estado o líder disparado em queimadas no país.
O agosto com mais queimadas até hoje – e recorde absoluto da série entre todos os meses – desde que se iniciaram os registros em 1998 teve 2444 focos de calor no mês todo. Foi em 2010.
Só ontem anotou dois terços do número de focos do agosto recorde de 2010. O número de focos de calor tão-somente de ontem de 1866 é mais de cinco vezes maior que o total de queimadas observado em agosto inteiro de 2023, que se encerrou com registro de 352 focos de calor.
Com o número de 1866 focos de calor da sexta-feira, São Paulo neste ano 49743 focos de calor. Com isso, mesmo com dados até 23 de agosto, já é o ano com maios focos de calor desde 2021, que teve no ano todo 5469 ano.
O número de focos de calor da sexta-feira de 1866 foi maior que o total de focos de calor do ano inteiro de 2023 (1666) e 2022 (1599).
Com Metsul