FOTO: Divulgação/Seapa
AGRICULTURA

Cultivo do algodão na agricultura familiar é resgatado

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

O Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas) completou 21 anos, na quinta-feira (8/8), proporcionando aos agricultores familiares do Vale do Jequitinhonha produtividade média de 318 arrobas por hectare, próxima do valor alcançado pelo cultivo empresarial nas grandes regiões produtoras do estado.

Estruturado pelo Governo de Minas, através da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e suas vinculadas (Emater-MGEpamig e Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA), em parceria com a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) e as indústrias têxteis do estado, o Proalminas vem garantindo não apenas o salto na produtividade das regiões produtoras ao longo dos anos, mas também o resgate do cultivo no Vale do Jequitinhonha, onde muitos agricultores familiares tinham tradição no plantio de algodão.

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Por meio do programa, três unidades técnicas demonstrativas de 0,5 hectare cada uma foram implantadas nos municípios de Berilo, Jenipapo de Minas e Francisco Badaró, com o objetivo de adequar e validar as novas tecnologias para o cultivo do algodão no Vale do Jequitinhonha.

“É uma cultura que faz parte da história da região. Nas décadas passadas, entrou em declínio em função das dificuldades climáticas, pragas e da falta de estruturas de apoio aos produtores, mas o cultivo do algodão ainda mantém o potencial de gerar emprego, renda e melhoria nas condições de vida. O objetivo das unidades demonstrativas é demonstrar a viabilidade técnica da cultura na região, com a adoção de novas tecnologias e processos produtivos”, explica o Superintendente de Inovação e Economia Agropecuária e coordenador do programa pela Seapa, Feliciano Nogueira de Oliveira.

Produtores satisfeitos
Com a unidade demonstrativa implantada em sua propriedade, o produtor João Paulo Esteves, do município de Jenipapo de Minas, iniciou a sua vivência com o cultivo do algodão. “Foi uma experiência nova pra mim e aprendi muito. Plantamos em janeiro, colhemos em julho e a produtividade ficou em torno de 320 arrobas por hectare. Foi uma novidade, mas, se tiver oportunidade, quero plantar de novo”, afirma.

O produtor José João Lopes de Almeida, do município de Berilo, também ficou satisfeito com o resultado. “Foi uma coisa ótima, que está dando resultado. Tivemos o apoio de todos os técnicos e a produtividade foi muito boa”.

Além de levar tecnologias para o trato cultural das lavouras, o Proalminas, em parceria com a Amipa, também viabilizou aos produtores os insumos e os componentes para a instalação da irrigação de salvamento. Com baixo volume de chuvas, aliado à distribuição irregular e a presença de veranicos sistemáticos, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro, a estrutura de irrigação é fundamental para garantir a oferta de água nos períodos críticos de seca, evitando o estresse da planta e comprometimento da produtividade.

Artesanato
O resgate do cultivo do algodão vai ter impacto positivo no artesanato, outra atratividade fundamental nos aspectos socioeconômico e cultural no Vale do Jequitinhonha.

Filha de produtora de algodão e fiadeira, Ivone Machado da Silva lida com o artesanato desde os 8 anos de idade, quando ainda morava na comunidade quilombola de Roça Grande no município de Chapada do Norte.

Atualmente, morando em Berilo, onde trabalha com tecelagem, ela está vendo com otimismo as ações para ampliar o cultivo da principal matéria-prima do trabalho das artesãs. “O algodão que a gente trabalha vem do quintal dos amigos e ultimamente está ‘descalçado’. Esse trabalho para produzir mais, através do plantio, vai facilitar a fabricação o nosso trabalho de artesãs não só da comunidade, mas de todo o município”, avalia.

O Programa
O Proalminas foi criado pela Lei Estadual N°14.559, de 30 de dezembro de 2002 e regulamentado, posteriormente, pelo Decreto Estadual Nº 43.508, de 8 de agosto de 2003, que estabeleceu parâmetros para fomentar o retorno do plantio do algodão em Minas, após a crise enfrentada pelo setor na década de 90.

Com recursos provenientes do Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura do Estado de Minas Gerais (Algominas) e administrados pela Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), são financiadas diversas ações e projetos como os de combate às pragas, de monitoramento da produção mineira, de apoio ao pequeno produtor, sustentabilidade e boas práticas na produção, de pesquisa, desenvolvimento e biotecnologia, análise da qualidade da pluma e certificação do algodão mineiro, pesquisa e manejos e tantos outros.

(Redação Sou Agro/Sou Agro)