Coelhos, pequenos animais: cuidados especiais para a Expointer
Tudo começou na infância, quando Luiz Buttenbender tinha seis anos. O avô criava coelhos, e ele seguiu seus passos. Deu uma pausa durante um tempo, mas, em 1989, voltou com o mesmo entusiasmo, só que passou a criar coelhos mais puros. Hoje ele é proprietário da Cunicultura Buttenbender no município de Dois Irmãos, onde trabalha com cerca de mil coelhos de 16 raças e 25 variedades, em um espaço de seis hectares. Ele vai levar para a 47ª Expointer 65 exemplares, cerca da metade fêmeas e a outra metade machos, de seis meses a um ano e meio de idade.
“Em 1989, eu tinha uma coelha, ela deu cria e ficou doente. Então o veterinário que a atendeu disse que era muito bonita e sugeriu que eu a levasse em uma feira aqui em Dois Irmãos. E aí comecei de novo a criar os animais”, conta o produtor. “Na época, eram só dois coelhos das raças Borboleta e Califórnia”, relembra. Hoje ele possui cerca de mil em três galpões. Trabalha com as raças Nova Zelândia (branca e vermelha), Califórnia, Prateado Champanhe, Chinchila, Borboleta, Castor Rex, Rex Chinchila, Rex Azul Viena, Rex Jaguar, Mini Lope, Mini Rex e Neterlan, Holandês, Hotot, Leopardo Gigante de Bousgat e Gigante de Flantres.
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Segundo Buttenbender, o menor dos coelhos é o Neterland, que pesa de 800 gramas a um quilo e mede cerca de 20 centímetros. “E o maior que vou levar é o Nova Zelândia Branco, que tem 50 centímetros e pesa cerca de dois quilos”.
Quanto à escolha dos animais para participar da Expointer, ele explica que se já tem uma boa matriz e um reprodutor, faz o cruzamento e vai separando os filhotes. “Sempre vai ter um diferenciado que a gente já sabe que vai para a feira”, esclarece.
“Quando chega perto de fazer as inscrições, vou selecionando os melhores. E começo a tatuar as orelhas dos animais com números”, pontua o criador. “Oito dias antes da feira, tiro o excesso da tinta que ficou. Faço a limpeza dos ouvidos para tirar alguma cera, e passo um pó para acabar com os possíveis ácaros no corpo todo. Se eles tiverem algum, não podem entrar na Expointer. Desde 1997 participo e nunca tive coelhos rejeitados. Todos que levei puderam participar”, diz com satisfação. Outro procedimento é injetar um medicamento para o controle de vermes cerca de um mês antes da Expointer.
“É um trabalho que tem que ter paciência. Para preparar os animais para a exposição, tem que tirar um por um da gaiola umas 20 vezes no total para fazer a higiene. E, seguidas vezes, ensino a outros criadores como faço”, comenta Buttenbender.
E como é a alimentação dos animais? Uma vez à noite eles recebem ração, feno e alfafa peletizada (misturada na ração). Por dia, cada coelho médio come 120 gramas de ração, e o pequeno cerca de 70 gramas. “É importante fornecer só o que eles comem, para não sobrar, senão tem que jogar fora. Mas água tem sempre disponível”, destaca o produtor.
Para Buttenbender, a Expointer é uma vitrine. “A partir dela, o pessoal vem aqui para comprar nossos coelhos. E nesses anos de feira, ganhei 19 prêmios Destaque do Correio do Povo, como a melhor cabanha de coelhos e uns 15 prêmios da Farsul”, conta com orgulho. E os preços? “Os coelhos custam R$ 150 (filhotes) e R$ 250 (adultos). Os que vão para a Expointer eu geralmente não vendo. Mas se vender, custam de R$ 600 a R$ 1.000”, afirma.
(Com Agricultura/RS)