Tempo: Boletim Agroclimatológico indica boa umidade para o Sul
Criado em 1967, o Boletim Agroclimatológico tem como objetivo levar até aos usuários uma informação meteorológica direcionada às atividades do campo. o Instituto Nacional de Meteorologia, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, apresentaa um novo Boletim Agroclimatológico Mensal, contendo, além da sua histórica análise das condições climáticas observadas no Brasil, também um panorama dos fenômenos de grande escala que interferem no clima do País e do mundo, seguido por informações
climáticas prognósticas exclusivas do boletim, visando auxiliar, com mais eficiência, o planejamento e as ações do setor agrícola.
Durante o mês de junho de 2024, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm no extremo norte e sul do País, bem como na costa leste do Nordeste. Nestas áreas, as chuvas foram suficientes para manter a umidade do solo elevada. Já em grande parte das regiões Centro-Oeste e Sudeste, além do interior da Região Nordeste, os volumes foram inferiores a 50 mm, diminuindo os níveis de água no solo, principalmente no sudeste do Piauí, meio oeste da Bahia e norte de Minas Gerais.
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Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 150 mm no oeste e sul de Santa Catarina e grande parte do Rio Grande do Sul (Figura 1). Volumes maiores que 300 mm foram observados no nordeste do Rio Grande do Sul, como em Serafina Corrêa (RS) e Cambará do Sul (RS), onde foram registrados totais de 404,0 mm e 387,6 mm, respectivamente. Estes volumes de chuva vêm elevando os níveis de água no solo (Figura 2), podendo causar danos às lavouras de milho e dificuldades na semeadura e no desenvolvimento do trigo.
Nas demais áreas, as chuvas foram inferiores a 90 mm, exceto no meio norte do Paraná, onde os volumes não ultrapassaram os 30 mm e em algumas localidades não houve registro de chuva. A redução de chuvas nesta área pode ocasionar restrição hídrica para as lavouras de milho segunda safra em estágio reprodutivo e trigo em desenvolvimento
Em localidades de maior altitude das regiões Sul e Sudeste, as temperaturas mínimas foram inferiores a 10ºC, como foi observado em Caldas (MG) com valor de 5,5ºC e Bom Jardim da Serra (SC) com 7,6ºC. Destaca-se que, devido a entrada de uma massa de ar frio no final do mês, a Região Sul apresentou temperaturas abaixo de zero e geadas
fortes no dia 30 de junho, como foi o caso de São Joaquim (SC) que registrou temperatura mínima de -5,5°C e São José dos Ausentes (RS) com 4,5°C
Região Sul
A previsão indica condições favoráveis para chuvas acima da média na parte central e leste do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e sudeste do Paraná. Nas demais áreas, a previsão indica condições de chuvas próximas e abaixo da média, principalmente no norte do Paraná.
A temperatura do ar deverá prevalecer acima da média histórica em grande parte da região, principalmente no extremo norte do Paraná, onde devem ser registrados os maiores valores de temperatura. Para o centro-sul do Rio Grande do Sul, são previstas temperaturas próximas da média. Ressalta-se que, a incursão de massas de ar de origem polar, poderão provocar declínio nas temperaturas em alguns dias, possibilitando a ocorrência de geadas em algumas localidades, especialmente
aquelas regiões de maior altitude.
A previsão do balanço hídrico para os próximos meses indica níveis de umidade no solo elevados em grande parte da Região Sul, devido às chuvas ocorridas nos últimos meses. Porém, especialmente no Rio Grande do Sul, o excesso de chuvas pode prejudicar a semeadura e desenvolvimento do trigo. Já no noroeste do Paraná, a previsão para o trimestre indica níveis de baixa umidade, que poderá afetar o desenvolvimento do trigo e parte do milho segunda safra em fase de enchimento de grãos
(Com Inmet)