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Novos cursos inserem mais tecnologia no cultivo da erva-mate

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Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

O cultivo de erva-mate está entre as atividades que recontam a história do Paraná. Afinal, a planta estava por aqui antes mesmo da colonização. Desde então, a vocação de produzir o mate segue firme. Em 2022, o produto movimentou R$ 485 milhões, ante R$ 264 milhões no Rio Grande do Sul (segundo maior produtor), conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Toda essa relevância está, há anos, no radar do Sistema FAEP, que acaba de atualizar os cursos voltados à cadeia produtiva. A partir de agora, as formações de produtores e trabalhadores rurais envolvem o que há de mais moderno no mercado em termos de pesquisa.

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“Os materiais novos que desenvolvemos em parceria com a Embrapa Florestas compilam 20 anos de pesquisas, com todas as inovações que foram sistematizadas nesse período”, compartilha Neder Maciel Corso, técnico do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP.

Os cursos se dividem em cinco títulos. O treinamento “Sistema de produção da erva-mate” envolve a formação completa na área. Também há a possibilidade de o produtor se aprofundar nesse mesmo conhecimento de forma escalonada, por meio dos cursos “Adubação da erva-mate”, “Implantação da erva-mate”, “Sistema de podas da erva-mate” e “Plantas daninhas, pragas e doenças da erva-mate”.

“Estamos com materiais totalmente novos, com imagens ilustrativas de alta qualidade, para todos os tipos de produção, de erva-mate sombreada até a pleno sol”, descreve Corso. “Com essa atualização, temos um potencial grande de incorporar novas tecnologias no campo e promover incremento de produtividade e qualidade. Temos resultados de produtores conseguindo até 25 toneladas por hectare, sendo que a média paranaense está em 6,5 a 7 toneladas por hectare”, continua Corso.

Embrapa Florestas

A atualização das formações na área de erva-mate contou com a participação da Embrapa Florestas, com sede em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Com o encerramento do levantamento da disponibilidade de tecnologia no setor ervateiro no Estado, a entidade constatou que a adoção de técnicas modernas pelos produtores é baixa, comparado com o que há disponível no mercado.

“Isso explica, em parte, as baixas produtividades, baixa qualidade da matéria prima, pragas e outros problemas”, diz Ives Clayton Goulart, especialista em erva-mate da Embrapa Florestas. “As cartilhas dos cursos antigos eram de 2003. Depois disso, várias recomendações técnicas e pesquisas aconteceram. Os cursos já não apresentavam tudo o que tem disponível para os produtores, e assim surgiu a necessidade de firmar essa parceria”, completa Goulart.

Erva 20

A Embrapa Florestas tem trabalhado continuamente para organizar tecnologias voltadas para a erva-mate. Uma dessas iniciativas teve início em 2019, com a publicação do chamado “Sistema Erva 20”, um conjunto de práticas em ervais plantados que visam o aumento da eficiência produtiva e sustentabilidade da cultura. O cálculo é de que os produtores que adotam as oito principais tecnologias apresentadas pelo Sistema Erva 20 têm produtividade, pelo menos, três vezes maior que a média nacional.

“Esse material foi criado a partir de vários resultados de pesquisa de várias equipes. Tudo isso foi a base para atualizar as cartilhas dos novos cursos do Sistema FAEP. Podemos dizer que o conteúdo das cartilhas é fruto de vários pesquisadores e de várias linhas de pesquisa, condensados em um único material, envolvendo levantamento bibliográfico e adequação de linguagem, para que ficasse acessível aos produtores”, lembra Goulart.

Pesquisa e prática

Ives Clayton Goulart, da Embrapa Florestas, enfatiza que parcerias como a firmada entre a Embrapa e o Sistema FAEP são uma forma acessível de levar conhecimento científico ao dia a dia do produtor. “A equipe de instrutores selecionada é qualificada, formada por profissionais que já atuam no setor. Com a equipe que temos agora e o conhecimento disponível, pequenos produtores vão ter ganhos de produção, de qualidade, tornando a cadeia profissional”, celebra o pesquisador.

Outro ponto importante dos novos cursos é o possível interesse das agroindústrias e, consequentemente, dos profissionais que prestam assistência técnica aos seus produtores. “No caso dos cursos de poda, por exemplo, existem equipes dentro das ervateiras e empresas autônomas que prestam serviços que podem passar pela formação para realizar esse serviço apoiado em critérios técnicos, com comprovação científica dos resultados”, aponta Corso.

Serviço

Os novos cursos envolvendo erva-mate, assim como as informações para realizar as inscrições, estão disponíveis no site sistemafaep.org.br. Os treinamentos são gratuitos e com certificado.

Treinamentos serão apresentados em seminário

Entre os dias 15 e 17 de outubro, o Centro de Eventos FIEP, em Curitiba, vai sediar o 3º Seminário Erva-mate XXI. O Sistema FAEP é um dos patrocinadores do evento técnico-científico de inovação, inclusive com um estande no local. Na ocasião, serão apresentados os novos cursos em erva-mate e outras formações do catálogo, além do trabalho de representatividade e liderança rural conduzido pela entidade.

A programação do seminário conta com uma série de novidades sobre o universo da erva-mate, incluindo palestras e demonstrações de novos produtos. O encontro é aberto ao público geral e a visitação é gratuita.

Para mais informações, acesse: embrapa.br/ervamate-xxi

(Com FAEP)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)