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Edição gênica na agropecuária modifica genoma e abre oportunidades

Redação Sou Agro
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Cinco pessoas da Embrapa participam do estudo do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), sobre edição gênica na agropecuária. A iniciativa faz parte da série Radar Tecnológico e tem como objetivo mapear patentes associadas a grandes temas de importância no contexto científico nacional e internacional. Aline Zacharias, Ana Luiza Dias, Ana Paula Vaz, Lívia Junqueira e Simone Tsuneda fazem parte da equipe da Gerência-Geral de Estratégias para o Mercado da Diretoria de Negócios da Embrapa (DENE).

A primeira edição, em parceria com a Embrapa, teve como tema “Bioinsumos da Agricultura: Inoculantes” e foi lançada em janeiro deste ano. A edição gênica é uma tecnologia inovadora capaz de modificar o genoma de plantas, animais e microrganismos com mais rapidez, economia e eficiência do que as técnicas convencionalmente utilizadas e mais: sem a necessidade de introdução de material genético exógeno. Desenvolvida, inicialmente, para aplicação com a enzima Cas9, a ferramenta CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) está revolucionando as pesquisas na área de genética em todo o mundo pela capacidade de editar o DNA e alterar características dos organismos em prol da sociedade.

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Em linhas gerais, a edição de genomas permite desenvolver culturas agrícolas resistentes a pragas, corrigir genes defeituosos em animais e reescrever genomas inteiros de microrganismos, entre outras inúmeras finalidades. O fato de não necessitar da introdução de material genético de outras espécies facilita a sua aceitação pela sociedade mundial, que ainda oferece resistência aos organismos chamados de transgênicos.

Segundo Tsuneda, gerente-geral e uma das autoras do estudo, apesar da importância crescente para o cenário científico global, as informações sobre edição gênica ainda se encontram muito pulverizadas no Brasil e no mundo. “O estudo desenvolvido pelo INPI, em parceria com a Embrapa, mapeia os pedidos de patente nessa área, o que nos permite conhecer as instituições e pessoas envolvidas. Com isso, conseguimos ter uma noção geral mais precisa sobre os avanços em prol da agropecuária, especialmente no Brasil, que é o nosso principal foco”, pontua.

O estudo foi produzido no âmbito do Acordo de Cooperação Técnica entre o INPI e a Embrapa, que prevê o desenvolvimento de dez estudos de prospecção tecnológica em áreas relevantes para o desenvolvimento da agropecuária no País.. Os primeiros já publicados abordaram os bioinsumos e a edição gênica, os próximos temas ainda serão definidos.

Tsuneda observa que a participação da Embrapa na elaboração do Radar Tecnológico é fundamental, uma vez que possibilita o direcionamento dessas áreas do conhecimento com base em pontos de relevância para a agropecuária brasileira.

Saiba mais sobre o estudo

O estudo apresenta o panorama dos pedidos de patente nas tecnologias relacionadas à edição gênica, incluindo CRISPR, TALEN e ZFN, depositados a partir de 2010 no Brasil e no mundo.

Para isso, está dividido em duas partes: a primeira apresenta um panorama geral dos pedidos de patente sobre edição gênica depositados no mundo, com análise mais detalhada da tecnologia CRISPR, enquanto a segunda parte traz um levantamento dos pedidos de patentes de CRISPR associados à agricultura e à pecuária, com a análise do perfil de depósitos no mundo e no Brasil.

De acordo com o estudo, China e Estados Unidos lideram a geração de invenções em CRISPR, com 84% das famílias de patentes. O Brasil está na 28ª posição na lista dos países desenvolvedores dessas tecnologias, ao mesmo tempo que figura como o 9º principal mercado no qual os desenvolvedores buscam proteção para suas invenções.

Entre as culturas vegetais analisadas, foram identificadas invenções relativas ao arroz, milho, soja, trigo, algodão, cana-de-açúcar, café e eucalipto. Na pecuária, havia invenções relacionadas ao uso de animais para transplante de órgãos/tecidos e como modelos para estudos de doenças.

O Radar apresenta ainda um painel de dados interativo que permite uma visão detalhada dos pedidos de patente identificados.

  • Para acessar o estudo completo, clique aqui.
  • Para uma visão mais detalhada, acesse o painel de dados neste link.

 

A edição gênica na Embrapa

Várias pesquisas estão em desenvolvimento na Embrapa na área de edição gênica, envolvendo plantas, animais e microrganismos.

Os principais resultados alcançados até o momento são:

– Soja para tolerância à seca

– Variedades de cana-de-açúcar com maior digestibilidade da parede celular e maior concentração de sacarose nos tecidos vegetais.

 

(Com Embrapa)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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