AGRONEGÓCIO
Adiamento do Plano Safra cria clima de insegurança no campo
O lançamento do Planto Safra 2024/2025 deveria ter acontecido hoje, mas na véspera, veio a notícia do adiamento. Os produtores terão que esperar até o dia 03 de julho. O intervalo de uma semana a mais significa muito na prática. “Quando o governo anuncia o plano safra, que inclui taxas, recursos e os itens financiáveis, é necessário que o Conselho Monetário aprove algumas regras para que o Manual de Crédito Rural, que é utilizado por todas as instituições financeiras seja alterado também. Anunciar o Plano Safra depois que a edição anterior encerrou sua vigência é horrível e traz prejuízos”, explica Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico(DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.
O setor não entende as razões do adiamento às vésperas. “O Ministério da Agricultura pediu sugestões para as entidades em janeiro. A Faep apresentou em fevereiro, ou seja, com tempo suficiente para análises e definições.
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“Importante ressaltar que os produtores rurais ficarão descobertos durante a primeira semana de vigência do plano, ou seja, todos os problemas que estiverem na proposta inicial ainda precisarão ser corrigidos, o que leva mais tempo ainda para a chegada do crédito real aos produtores. Uma sinalização preocupante do governo federal diante da crise enfrentada pelo setor”, manifestou a FPA.
Já o economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, afirma que o adiamento demonstra que o governo federal não se atenta ao calendário agrícola do país e nem com as preocupações dos produtores rurais.“Esse Plano Safra devia ter sido anunciado na primeira quinzena de maio, que é o período correto. Os produtores têm que comprar insumos, produtos para plantar a safra 24/25, ou seja, esse atraso demonstra que o presidente e os seus ministros não estão nem um pouco preocupados com o calendário agrícola, com as necessidades dos produtores, mas sim em fazer política”.
Uma das justificativas para o adiamento foi a necessidade de mais tempo para organizar o evento. Nos bastidores a especulação ainda se dá em torno do valor a ser anunciado. O setor produtivo reivindica R$ 500 bilhões.
Ao mesmo tempo em que o Plano Safra precisava ser organizado o Governo precisou lidar com episódios importantes: a catástrofe no Rio Grande do Sul e na sequência as polêmicas envolvendo o leilão de arroz mal sucedido.