Milho: Município paranaense prevê produtividade pífia de 31 sacas/hectare

Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

O milho versus a seca. Em algumas regiões do Paraná as condições climáticas atípicas de um outono conturbado já resultam em prejuízos. A Coamo, uma das principais cooperativas do estado observa com preocupação as projeções de resultado da segunda safra de milho. “Atuamos em uma região com 1,8 milhão de hectares de milho segunda safra e já contabilizamos uma redução de 17,5% na produtividade em relação à safra anterior”, diz Marcelo Sumiya, gerente técnico da Coamo Agroindustrial.

Marcelo destaca que a produtividade média geral da cooperativa, neste momento, gira em torno de 76 sacas/hectare. “Temos municípios com produtividade estimada em 2.700 kg/hectare, o equivalente a 45 sacas/hectare. Preocupante demais.” Este é o cenário de Caarapó, no Mato Grosso do Sul.

Município gaúcho registra primeira morte por leptospirose

Batata, banana, laranja e melancia estão mais baratas, segundo a Conab

Em solo paranaense, na área de abrangência da Coamo, o município de Moreira Sales, no Noroeste do estado como exemplo, é o que tem uma das piores situações, com produtividade estimada em de 31 sacas por hectare, seguido de Mariluz, com 47 sacas/hectare e Goioerê, com 59 sacas de milho/hectare.

O prejuízo é grande. Hoje o preço médio da saca de milho está cotado em R$ 50,00 base de preço Campo Mourão e para pagar o custo de produção básico, sem considerar depreciação da terra, o produtor precisaria estar colhendo 85 sacas/hectare. Ou seja, a safra vai terminar com colheita ao avesso. Ao invés de lucro, dessa vez, o produtor das regiões Norte e Noroeste vão encerrar o ciclo com dívidas.

O QUE ACONTECEU?

Foi uma junção de dois fatores climáticos: falta de chuva e onda de calor. “Houve uma irregularidade desde o início do plantio em termos de chuva. O que está diferente em relação as safras anteriores é a alta temperatura. Culturas de inverno, como a safrinha, é normal chuva a menos, mas não com as temperaturas tão altas como tivemos. Foram várias ondas de calor seguidas e com terra seca”, aponta Marcelo.

Os termômetros chegaram a registrar temperaturas de 38ºC a 40ºC por longos períodos. Isso em abrigos meteorológicos, sem falar na sensação térmica. “No milho segunda safra, temos fracionamento em três épocas de plantio. A primeira época sofreu o primeiro estresse hídrico e térmico. Caso de Nova Santa Rosa-PR. Depois houve o plantio da segunda região e após o terceiro setor, na parte mais ao norte. Quando deu a primeira estiagem uma parte estava comprometida e o restante estava muito bom. Quando veio a outra fase nessas últimas duas semanas com alta temperatura, tivemos um comprometimento mais significativo.”

No Florescimento da cultura, o combo de estiagem e altas temperaturas prejudica e muito. As fases iniciais da cultua é muito importante, quando se define o potencial produtivo. “Com altas temperaturas ele acaba acelerando um ciclo da cultura e com isso acaba não se formando bem. Muitas plantas ficam com porte reduzido, sofrem má formação de espiga. A temperatura e a luminosidade influenciam diretamente”, explica Marcelo.

Apenas 1% da safra de milho foi colhida na área de ação da Coamo e por isso aos números ainda são muito preliminares. Há dias e dias pela frente. A torcida é pela chuva e contra a geada. Em 2021 a o cenário foi historicamente o pior, justamente pelas geadas que acertaram em cheio a produção. Já no ano passado a colheita foi normal e para a safra atual ainda há esperança para alguns produtores. Há aqueles que já amargam os resultados ruins, com perdas superiores a 50%. “Temos 70% no milho segunda safra em fase de enchimento de grão, mas diante do cenário já podemos assegurar que a redução no Estado ficará acima de 20%”, estima o gerente técnico.

SOCORRO

Para remediar, só com o seguro. E este é outro problema já que o custo é alto e a maioria acaba não investindo na alternativa de socorro. “Recomendamos os cooperados a buscar a proteção do seguro agrícola para soja, milho e trigo. Estão acontecendo acionamentos de Proagro e seguradoras, o que tem gerado demanda em todos os agentes financeiros. Dentro disso o produtor deve organizar com a documentação para o momento da perícia. A perda vai ser significativa. Essa antecipação de ações, as vistorias estão sendo feitas de forma gradativa para que quando chegar no momento da colheita a análise esteja feita sobre o empreendimento”.

Hoje a área coberta é pequena. E o temor é grande. Se a seca persistir, o receio é que doenças “invadam” os campos. A estiagem faz a planta perder o potencial produtivo, raízes ficam enfraquecidas e o milho pode ficar acamado, dificultando a colheita. Por enquanto resta a torcida para que a chuva chegue de forma suficiente nestas regiões para salvar o que restou das lavouras.

(Da Redação)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

Entre em um
dos grupos!

Mais Lidas

Mais Notícias