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Elefanta que vivia em santuário morre aos 52 anos após eutanásia no MT
Para o Santuário dos Elefantes Brasil (SEB) a semana foi marcada pelo luto. A A elefanta Lady, de 52 anos, morreu por eutanásia. O procedimento foi realizado na noite dessa quarta-feira (15), no próprio Santuário onde o animal vivia, na Chapada dos Guimarães (MT). A decisão difícil foi tomada depois que Lady se deitou sem mais demostrar interesse em se levantar.
Outras cinco elefantas ainda vivem no local, todas resgatadas em situação de maus tratos após exploração por mais de 60 anos em circos e zoológicos. São elas: Maia, Rana, Mara, Bambi e Guillermina. Atualmente, o Santuário abriga somente elefantes fêmeas da espécie asiática.
O Santuário informou que Lady vivia na área há 4 anos. O animal estava debilitado e recebia analgésicos três vezes ao dia. “Ela dormia e, ao ser abordada, abria os olhos e olhava para você, mas depois voltava a dormir. Ela foi monitorada durante todo o dia de terça-feira, continuou recebendo analgésicos, mas não houve alteração em seu estado”, informou o SEB.
A elefanta Lady viveu no circo cerca de 40 anos. Foi confiscada e enviada a um zoológico na Paraíba onde viveu por 6 anos. O animal chegou no Santuário em 2019, segundo o relatório com patas em condições péssimas e doença nas articulações provavelmente relacionada às patas. Um abscesso antigo na bochecha foi curado no santuário.
Sobre o perfil de Lady quando chegou, em 2019, o Santuário descreveu em sua página na internet: “Embora seja insegura, é muito corajosa e adora explorar. Está adquirindo confiança nos humanos e em outros elefantes”.
O animal foi diagnosticado com osteomielite, uma infecção óssea que causa muitas dores e não tem cura. De lá pra cá o Santuário se dedicou aos cuidados paliativos.
O Santuário relatou que há seis meses Lady passou por um quadro de inflação, chegou a ter pequena recuperação, mas durou pouco.
“Consultamos especialistas de todo o mundo sobre seus cuidados e tratamentos, tentamos medicina tradicional, terapias complementares como laserterapia, homeopatia, trabalho energético, qualquer coisa para encontrar um remédio não prejudicial que pudesse lhe proporcionar algum alívio, mas sempre com sucesso limitado. Parte da autonomia consiste em dar a cada elefante a capacidade de decidir não continuar”, disse o Santuário.
LEMBRANÇAS
No relatório de Lady, lembranças de uma querida. Tinha um sorriso extravagante, olhos arregalados que faziam derreter instantaneamente os corações. A água era sua amiga e, seja a mangueira, o lamaçal, o riacho ou o lago, todos eles lhe traziam alegria. Melancia era sua fruta preferida; abóbora, e seu crocante geravam à Lady água na boca. Brincalhona e insegura, tudo ao mesmo tempo.
(Com Elefantes Brasil)