Santa Catarina inaugura núcleo para fortalecer cadeia produtiva do leite
Santa Catarina é o quarto maior produtor nacional de leite e agora dá mais um passo no fortalecimento desta cadeia produtiva no Estado. Na manhã desta segunda-feira, 4, a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) inaugurou a obra de edificação do Núcleo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Leite (NCTI) em Pinhalzinho, no Oeste do Estado.
O evento foi realizado em uma das unidades do Centro de Educação Superior do Oeste da Udesc (CEO) e contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, representando o governador, Jorginho Mello; do presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), deputado Mauro de Nadal; de deputados da Bancada do Oeste na Alesc; do prefeito de Pinhalzinho, Mario Afonso Woitexem; do reitor da Udesc, Dilmar Baretta; do reitor eleito para a Gestão 2024-2028, José Fernando Fragalli; e de pró-reitores e diretores-gerais da universidade, demais autoridades, empresários e representantes de instituições.
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“Estamos muito felizes hoje com a inauguração do NCTI do Leite, que tem, como objetivo, gerar tecnologia e difundir conhecimento entre os diversos elos da cadeia produtiva do leite no Estado de Santa Catarina”, comenta o reitor Baretta.
O NCTI será operacionalizado pela Udesc Oeste, que abriga os cursos de Engenharia de Alimentos e Engenharia Química em Pinhalzinho e de Enfermagem e Zootecnia em Chapecó.
“É importante destacar a parceria desse projeto com a Secretaria da Agricultura do Estado de Santa Catarina, com a Cidasc, Epagri, agroindústrias, Prefeitura de Pinhalzinho e também toda a articulação com a Bancada do Oeste. É um projeto de muitas mãos”, complementa o reitor.
O secretário Colatto ressaltou que o Brasil produz 30 bilhões de litros de leite por ano, sendo 3 bilhões oriundos de Santa Catarina. “E 80% da produção em Santa Catarina está no Oeste, por isso nada mais justo termos aqui um laboratório para tratar a questão do leite”, afirmou durante o evento de inauguração.
Três pilares
Inserido nesse contexto da produção leiteira de Santa Catarina, o NCTI do Leite conta agora com uma edificação de 3.948m², que comportará três áreas principais:
- Indústria de lácteos em escala-piloto: terá equipamentos para o processamento de leite e derivados, em escala-piloto, e será utilizada para cursos, treinamentos, teste de ingredientes, desenvolvimento e melhoramento de produtos. O objetivo é promover inovação, diversificação de produtos e otimização de processos.
- Laboratório de pesquisa e inovação em leite e derivados: serão instalados equipamentos de alta tecnologia para a caracterização do leite e de produtos lácteos. O laboratório será voltado para a pesquisa aplicada em busca de soluções diante das necessidades do setor lácteo, com estudo de componentes, produtos e processos para toda a cadeia produtiva.
- Laboratório da qualidade do leite: terá equipamentos específicos para análise da qualidade do leite, incluindo contagem de células somáticas (CCS) – que são células indicativas da saúde do animal; contagem padrão em placas (CPP) – que quantifica bactérias aeróbias do leite cru; e análise de contaminantes, medicamentos e parâmetros físico-químicos. Os dados servirão de subsídio para o estudo da cadeia produtiva, podendo indicar alternativas para a melhoria do gado leiteiro, através de estudos de melhoramento genético e implantação de novas técnicas de nutrição animal.
“O NCTI possibilitará a indicação de novas tecnologias para o produtor e novos produtos e processos para a indústria, com possibilidade de crescimento e inovação de produtos lácteos fornecidos para o mercado consumidor. Também é de fundamental importância como oportunidade de integração entre a universidade e o mercado para a qualificação de mão-de-obra, a pesquisa e a inovação”, afirma a professora da Udesc Oeste Andréia Zilio Dinon, atual coordenadora do NCTI do Leite.
Ela também comenta que o Núcleo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Leite poderá abastecer o mercado nacional com inovações tecnológicas e soluções para a otimização de processos, garantindo a qualidade dos produtos lácteos do Estado e promovendo maior participação dos produtores e indústrias no mercado nacional.
Abrangência e importância para setor do leite
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Catarina é o quarto estado em quantidade de leite produzido no Brasil, atrás somente de Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Em 2022, o valor da produção em Santa Catarina foi de R$ 7 bilhões, com 3 bilhões de litros produzidos.
Há mais de uma década, entidades de representação dos produtores rurais e da agroindústria mobilizam-se por um laboratório de análise do leite em Santa Catarina. O projeto do “Laboratório do Leite” iniciou em 2010 com o professor Gilmar de Almeida Gomes (in memoriam), do Departamento de Engenharia de Alimentos e Engenharia Química da Udesc Oeste.
Em 2014, tornou-se mais amplo, ganhando o nome “Núcleo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Leite – NCTI” e fazendo parte da consolidação da Rota de Integração do Leite na Faixa de Fronteira de Santa Catarina. Foi inicialmente submetido e aprovado pelo Ministério da Integração Nacional, atual Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), através do Núcleo Estadual de Integração da Faixa de Fronteira do Estado de Santa Catarina (Nfsc).
“Posteriormente, a Udesc pleiteou recursos de R$ 30 milhões de emenda parlamentar junto à Bancada do Oeste na Alesc, com apoio de deputados para incluir na LOA, além de gestores, professores e técnicos da Udesc, colaboradores parceiros e lideranças políticas”, diz Cleuzir da Luz, diretor-geral da Udesc Oeste.
Em dezembro de 2021, foi lançado pela Udesc o edital de concorrência pública para construção do edifício do NCTI, entregue nesta segunda-feira. O valor total do investimento foi de R$ 10.306.780,43.
Alguns equipamentos para o local já foram adquiridos, e a coordenadora do NCTI explica que, ao longo de 2024 e 2025, estão previstas aquisição, importação e instalação de demais equipamentos e mobiliário, além do encaminhamento de questões regimentais, participação em editais para seleção de pessoal, convênios e demais necessidades para a operacionalização do Núcleo de Ciência, Tecnologia e Inovação do Leite.
“Assim, os próximos anos serão de muitas atividades para estruturação a fim de consolidar o funcionamento do NCTI”, finaliza a coordenadora Andréia Dinon.
Por (Agência de notícias)