O banner do SENAR-PR que atravessou gerações
Por quase uma década, entre 2008 e 2015, os participantes dos cursos e eventos do SENAR-PR se depararam com a família rural formada por Jocimari Brizola, Eloir Mueller e a filha Karoline Brizola Mueller estampada no banner da entidade. A fotografia remete a 2008, quando ainda davam os primeiros passos na produção de leite. Na época, o SENAR-PR havia entrado na vida dos Mueller para colaborar no projeto de gerar renda e criar raízes na propriedade de 14 hectares em Capanema, no Sudoeste do Paraná, herança dos pais de Eloir.
Em 2001, o casal Eloir e Jocimari resolveu sair da propriedade para trabalhar em uma fazenda de grãos no município de Campo Verde (140 quilômetros de Cuiabá), no Mato Grosso. Três anos depois, o pai de Eloir faleceu. Em um primeiro momento, a mãe dele se mudou para Campo Verde. Mas em 2006, Eloir adoeceu e resolveu voltar, junto com a família, para a propriedade em Capanema.
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Então, Jocimari e Eloir resolveram se dedicar ao leite. No início, a produção era rudimentar, do jeito que aprenderam desde crianças morando no sítio. Não tinham noção de como organizar a propriedade em piquetes, como melhorar a qualidade do leite e/ou a ordenha. Logo nos primeiros meses, o casal percebeu que precisava aprimorar seus conhecimentos.
“Nosso começo foi com seis vaquinhas de leite. E fomos fazendo os cursos do SENAR-PR e aprimorando a propriedade”, recorda Eloir. Atualmente, a propriedade abriga 18 animais em lactação, que resultam em 300 litros de leite por dia.
O primeiro treinamento concluído por Eloir e Jocimari foi “Trabalhador na Bovinocultura de Leite – manejo de bovino de leite”, em 2006 e 2008, respectivamente. De lá para cá, Eloir já fez seis cursos do SENAR-PR e Jocimari, nove. A maioria na área de bovinos, mas também outros envolvendo gastronomia e gestão. Até mesmo Karoline, hoje com 18 anos, já participou de treinamento do SENAR-PR “Programa de inclusão digital – Introdução à informática – Word, Excel, e-mail e internet”.
Mesmo com apenas quatro anos na época da foto, Karoline lembra do dia do registro da imagem do banner. Como a menina era “serelepe”, como definem os pais, os profissionais de fotografia ficaram encantados com o jeito falante da então criança. “Eu lembro que, no momento das fotos, a gente estava ao lado da estrebaria, perto de onde ordenhamos as vacas. Antes, era um pasto, que agora tem uma plantação de milho”, recorda Karoline.
Já Jocimari lembra daquele período da foto como um tempo de grande expectativa. “Nós fazíamos os cursos do SENAR-PR e criávamos a expectativa de colocar em prática o aprendizado. Eu lembro quando vieram fazer a entrevista, tiraram as fotos e, depois, quando saiu a reportagem, na revista. “Foi tão legal ver aquela entrevista com os nossos resultados, o texto que falava da evolução na nossa qualidade do leite, no manejo e na ordenha”, orgulha-se a produtora rural.
Com o passar dos anos, a família Mueller cresceu. Hoje, Karoline tem uma irmã, Elen Sofia, com nove anos. As duas meninas gostam da atividade rural, inclusive, estão diretamente envolvidas na propriedade. A mais velha é responsável pela ordenha das vacas no turno da tarde. Eventualmente, assume também a tarefa na parte da manhã, antes de ir para a escola. Já Elen é sempre a primeira da fila na hora de dar leite na mamadeira para a bezerrada da propriedade.
Fama
Depois que viraram “garotos propaganda” do SENAR-PR, a família ficou famosa rapidamente na região. Em diversas ocasiões, moradores de Capanema, após estada em outra localidade do Paraná, voltavam dizendo que tinham visto os Mueller no banner em algum evento. “Perdemos as contas de quantas vezes o pessoal falava que teve uma reunião no banco e viram a gente no banner do SENAR-PR. Vários perguntavam se éramos nós mesmos na foto do SENAR-PR. Outros tiravam foto com o banner e mandava para nós”, conta Eloir.
O auge da fama ocorreu quando um instrutor do SENAR-PR foi a casa dos Mueller especialmente para “tietar” a família. Um dia, em casa, o instrutor abriu o banner e o filho, que era veterinário e prestava assistência técnica aos Mueller, disse que conhecia aquela família. Incrédulo, o instrutor foi conhecer as pessoas que eram a “cara” do SENAR-PR. “Nossa comadre estava fazendo um curso do SENAR-PR com esse instrutor e trouxe ele. Tiramos foto juntos”, relembra Eloir.
(Por SENAR-PR)