Foto: Luis César Rodrigues da Silva

Itaipu e Embrapa iniciam inventário sobre a fauna e a flora da faixa de proteção da usina

Redação Sou Agro
Redação Sou Agro
Foto: Luis César Rodrigues da Silva

A Itaipu Binacional, em parceria com a Embrapa, vai realizar um levantamento da fauna e da flora da área de proteção da usina, para conhecer a biodiversidade da região e compreender melhor a paisagem regional. Será o mais completo inventário florestal já realizado por uma hidrelétrica.
O projeto foi viabilizado por um convênio entre as instituições que, ao longo de seis anos, vai envolver, além da equipe da Itaipu, 15 pesquisadores de duas unidades da Embrapa: a Embrapa Florestas de Colombo (PR) e a Embrapa Instrumentação de São Carlos ( SP).

Os trabalhos foram iniciados entre os dias 4 e 7 de março, com a visita das pesquisadoras Maria Augusta Doetzer Rosot, Marilice Cordeiro e Denise Jeton Cardoso, das áreas de grandes inventários, geoprocessamento e carbono da Embrapa Florestas. Eles serviram na faixa de proteção, entrevistando técnicos das Divisões de Áreas Protegidas e de Apoio Operacional da Itaipu para conhecer in loco as particularidades e histórico do planejamento e iniciar o planejamento das observações em campo, previstos para ocorrer entre maio de setembro de 2024.

Todos os elementos que compõem a faixa de proteção do reservatório de Itaipu e que são avaliados para os serviços ambientais fornecidos pela vegetação serão avaliados. Atividade enzimática do solo, espécies de fauna e flora, a serrapilheira, a necromassa, as interações antrópicas e a posição na paisagem são exemplos. Todo o conhecimento produzido será compartilhado com as equipes de Itaipu, por meio de encontros e workshops, e, futuramente, também será tema de publicações científicas e artigos.

Conhecer para conservar

O projeto adiciona uma série de estudos e atividades que, em conjunto, servirão para caracterizar o estado da arte e a dinâmica dos diferentes estratos florestais da faixa de proteção, com relação a sua composição florística, estrutura, diversidade de flora e fauna, ocorrência de distúrbios e potenciais ameaças.

Entre os objetivos estão avaliar o grau de conservação e conectividade da faixa, incrementar a metodologia da Itaipu para a quantificação do carbono estocado na floresta e definir diretrizes de monitoramento e gestão, com base em critérios ecológicos e nas tecnologias mais atuais. Além disso, de forma experimental, três espécies de árvores da área serão selecionadas para uma “análise de DNA” e comparação com indivíduos de vegetações próximas, para avaliar o grau de diversidade genética.

“Com a finalização dos plantios extensivos para a formação da faixa de proteção, marca evidenciada na campanha realizada em 2021, em comemoração aos 24 milhões de mudas plantadas, a Itaipu tem pelos próximos 50 anos o desafio de buscar formas de gestão eficientes, conciliando a conservação com as expectativas socioambientais do entorno do reservatório, para que a faixa de proteção continue exercendo seu papel protetor e de corredor de biodiversidade por toda a vida útil da Binacional”, avalia Luis Cesar Rodrigues da Silva, técnico da Divisão de Áreas Protegidas da Binacional Itaipu e gestora do condomínio.

Histórico

Os trabalhos de campo do primeiro inventário florestal da região aconteceram entre 1974 e 1976, para conhecimento da cobertura florestal existente na área antes da implantação do projeto Itaipu. Os dados levantados foram usados, posteriormente, no programa de restauração da faixa de proteção.

Agora, o inventário terá uma abordagem mais aprofundada sobre a situação atual, pós plantio extensivos para a formação da faixa, abrangendo seu papel no contexto da paisagem regional e sua contribuição para os serviços ambientais e para o enfrentamento à crise da biodiversidade.

Por parte da Itaipu, esse novo projeto atenderá às demandas de três divisões da Diretoria de Coordenação. A Divisão de Áreas Protegidas tem necessidade de dados sobre fauna e flora, para a gestão da vegetação; a Divisão de Reservatório precisa de validação em campo para a metodologia de quantificação de carbono estocado da binacional, e a Divisão de Estudos precisa desenvolver metodologias para monitorar o monitoramento com o uso de sensoriamento remoto.

Por Itaipu

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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