Escolher alimentos da estação ajuda na economia e na manutenção da dieta saudável
O clima é um dos fatores primordiais para o desenvolvimento de plantas, determinando a germinação, o crescimento, a floração, a qualidade e a produtividade de cada espécie. No período normal de desenvolvimento das culturas, os alimentos são mais frescos, com melhor sabor e aroma, ricos em nutrientes e antioxidantes, pois acompanham o ritmo das estações do ano em harmonia com a natureza. Além da nutrição mais adequada a escolha por produtos da época contribui na busca por preços mais acessíveis. Principalmente para quem prefere o consumo de produtos orgânicos.
Pensando nisso a Isabelle Lecheta, produtora rural de Tijucas do Sul, já está trabalhando na produção de diversos alimentos da estação em sua propriedade: rúcula, rabanete, salsinha, espinafre, almeirão, radite, cebola, alho, couve, ervilha torta, brócolis, couve-flor, repolho, alface, acelga, couve pak-choi, hortelã, melissa, poejo, beterraba, cenoura, alcachofra, couve de bruxelas, cebolinha e agrião. Segundo Isabelle, além de fazer bem para a saúde, consumir vegetais da estação é ainda uma forma de consumo mais sustentável para o planeta. “São produtos fáceis de cultivar, consomem menos recursos, trazem benefícios para a saúde do ser humano e meio ambiente”. Isabele é produtora orgânica e sintrópica – sistema de produção que propõe reordenar, restaurar o ambiente natural, a floresta. Com a proposta de criar um sistema que junta, na mesma área, a produção de hortaliças, frutas e madeira, que também recupera áreas degradadas e protege o meio ambiente.
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O engenheiro agrônomo do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater), Moacir Darolt, destaca que os preços elevados de alimentos produzidos fora de sua temporada natural são devido à importação de diferentes regiões, estados ou países, ou ao cultivo em ambientes controlados, afastados dos ciclos naturais. “Do ponto de vista da produção, oferecer alimentos fora de estação significa modificar o ciclo natural das plantas. Para isso, são utilizados processos que artificializam os nutrientes da terra, estufas que controlam a iluminação e a temperatura do ambiente onde estão as culturas e uso de mais defensivos químicos para combate a pragas e doenças”.
Darolt aponta que esses alimentos, muitas vezes armazenados em câmaras frias por longo tempo, podem ter recebido quantidades excessivas de pesticidas ou passado por métodos de conservação que comprometem sua qualidade biológica. “A escolha ideal seria optar por alimentos da região e produzidos de forma orgânica, verificando sempre a sua procedência”, aconselha.
Contudo, o ritmo acelerado da vida moderna tem nos afastado dos alimentos da estação, sem conhecer a procedência, o método de cultivo e o local de produção dos alimentos que consumimos, limitando-nos a selecionar o que está imediatamente disponível nos supermercados.
O gerente de programas, Rodrigo Wormsbecker, é consumidor de produtos orgânicos e destaca que, além de ajudar o bolso, comprar os alimentos em sua época de produção ajuda a criar um rodizio alimentar, que, por sua vez, introduz uma dieta mais saudável, fonte de mais nutrientes, mais saborosos e com aroma mais acentuado. “Os alimentos da estação são mais nutritivos, consequentemente mais saudáveis e saborosos e, por terem a chance de conter menos agrotóxico, dependendo do alimento podemos consumir as ramas (cenouras) ou folhas (como o rabanete), aproveitando assim integralmente o alimento”, explica.
Por AEN