Curso de Engenharia de Pesca da Unioeste capacita pescadores de Santa Helena e Foz

Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

O curso de Engenharia de Pesca da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo, ministrou um curso de capacitação para pescadores nos municípios de Foz do Iguaçu e Santa Helena.

De acordo com o professor do curso de Engenharia de Pesca, Altevir Signor, o objetivo foi ensinar sobre a produção de peixes em tanques-rede e sua importância para geração de renda, emprego e melhoria da qualidade de vida aos pescadores. O curso de capacitação foi realizado em convênio com a Itaipu Binacional. O professor explica que o curso foca em espécies nativas (como o pacu e o lambari). “A Itaipu quer capacitar esses pescadores para que possam se tornar, também, aquicultores. Então, estruturamos o curso em módulo e fizemos esses dois momentos de capacitação com esse foco”, disse.

O professor ressalta que a capacidade do lago de estruturar cadeias produtivas da piscicultura é enorme em função da criação de peixes em tanques-rede e mesmo em sistemas de recirculação ou fechados. “A ideia é estimular o lambari como petisco e isca viva como uma alternativa na produção em escala para agregar valor; e de pacu em tanques rede (um trabalho já desenvolvido entre 2005 e 2010 com um projeto de estruturação e desenvolvimento da piscicultura em tanques rede onde, através de ações envolvendo a criação de peixes nativos, o pacu se mostrou viável). A Itaipu quer retomar isso e está buscando, a partir da Unioeste, reestruturar a cadeia produtiva para estimular a produção de peixes em tanques-rede e promover o desenvolvimento de tecnologias”, avalia.

O técnico da Itaipu, Celso Carlos Buglione Neto, explica que este curso é uma oportunidade de disseminar técnicas atuais de criação de peixes para os pescadores da região. “O entendimento das espécies com maior potencial de produção são elementos-chave para estimular nossos pescadores a atuarem não apenas como pescadores, mas como produtores. Essa abordagem traz consigo uma série de benefícios, como a previsibilidade de renda, melhorias nas condições de trabalho e a redução da pressão de captura nos estoques naturais”, disse.

O professor aponta que a criação de pacu e lambari em tanques-rede melhora a renda, a qualidade de vida dos pescadores e auxilia na sucessão familiar. “A produção de pacus em tanques rede e lambaris em sistemas fechados ou mesmo em tanques-rede é uma forma dos pescadores estruturarem a sua atividade produtiva de modo sustentável. A piscicultura é uma atividade que tem sido responsável por melhoria da qualidade de vida do produtor rural, é responsável por uma parcela significativa da renda dos produtores no campo, tem uma rentabilidade bem interessante e um nicho de mercado que pode ser explorado (como a pesca esportiva, através da comercialização do lambari como isca-viva ou como petisco), além de sua produção em escala para atender restaurantes e, por haver na região vários municípios que têm potencial turístico, explorar essas oportunidades é uma forma de promover o desenvolvimento dos pescadores como aquicultores. Há uma demanda significativa desse pescado para consumo dentro dos restaurantes e hotéis (por ser uma região com várias cidades que tem no turismo um meio de desenvolvimento, estruturar ações que promovam a inserção dos pescadores em meios de desenvolvimento é potencializar resultados a curto prazo). É uma forma, também, de estruturarem o processo de desenvolvimento continuado. Enfim, é uma maneira de garantir renda, qualidade de vida e a sucessão familiar na atividade”, complementa.

Buglione fala que escolheram a Unioeste para ministrar este curso pela experiência da Instituição na área de recursos pesqueiros. “A Unioeste conta com o curso de Engenharia de Pesca e programas de pós-graduação especializados nesse campo, o que nos garante um conhecimento sólido. E, também, a Universidade tem uma longa parceria com a Itaipu e conhece de perto a realidade da pesca profissional no reservatório. Além disso, tem se dedicado a pesquisas importantes com as espécies de peixes nativas, valorizando o pescado e fortalecendo a cadeia produtiva local”, disse.

Ao final do curso, foi realizado um almoço com pratos à base de peixes nativos para os pescadores locais.

Por (Unioeste)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)

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