Foto: Reprodução/Unioeste
Show Rural

Trator elétrico é apresentado no Show Rural

Foto: Reprodução/Unioeste
Redação Sou Agro
Redação Sou Agro

Durante os cinco dias do Show Rural, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) apresentará projetos de seus cinco Campi. Dentre eles se destaca o projeto de transformação de um transportador agrícola, tipo “trator”, originalmente construído com motor a combustão, em um equipamento com motorização elétrica, em parceria com a empresa Moldemaq de Jaraguá do Sul – SC.

O trabalho fez parte do projeto de Pós-doutorado do acadêmico Felix Augusto Pazuch, aluno do programa Pós-graduação em Engenharia de Energia na Agricultura-PPGEA que possui nível de Mestrado e Doutorado.

Segundo um dos pesquisadores do projeto, professor Flávio Gurgaz, em relação ao projeto de transformação do trator, inicialmente foi pensado para se estudar o comportamento de uma máquina agrícola, que é o trator a principal fonte de potência mecânica na propriedade rural, para motorização elétrica.

“Queríamos estudar o comportamento do sistema elétrico, das baterias, dos controladores de carga da bateria e do próprio motor elétrico e como esses dispositivos se comportariam frente de uma máquina que tem alta demanda de força e uma baixa velocidade de deslocamento. Essa é a grande diferença quando se trata de operações agrícolas, diferente de veículos em estradas onde a velocidade é maior e não de alto torque (torque a gente traduz como força), diferente do trator que precisa de um torque elevado”, explicou o professor.

Hoje a equipe de pesquisadores (professores e alunos) tem desenvolvido esse projeto dentro do Laboratório de Máquinas Agrícolas, Tratores e Motores-LAMA, bem como no Laboratório de Tecnologias Sustentáveis-LABTES, que além do professor Gurgaz também tem, respectivamente como responsável o professor Reginaldo Ferreira Santos. “Estudamos o comportamento desse transportador elétrico na motorização original do combustível fóssil, para entender toda a característica de força, potência e desempenho desse motor e dessa motorização que vai nele originalmente e buscamos entender quais são as semelhanças e diferenças da direção a combustão e a direção elétrica”.

Como resultado de um trabalho de curto, médio e longo prazo foi possível buscar vários fornecedores e entender um pouco mais da cadeia produtiva desse conhecimento de peças e componentes tanto mecânicos quanto elétricos que envolve essa motorização no trator elétrico que é o grande objetivo no final.

Nessa pesquisa tanto professores, como acadêmicos e profissionais podem se capacitar ainda mais para trabalhar nesse mercado, tanto em veículos urbanos, máquinas agrícolas e ainda outros projetos que incluam a mobilidade elétrica, desde o projeto, execução, conversão de motores e manutenção.

Como afirma professor Reginaldo, “saímos da idade da pedra, e hoje estamos na idade da inteligência artificial. A energia é um dos elementos principais para o bem-estar da humanidade, entretanto, a energia usada hoje, é proveniente de combustível fóssil, que em sua queima gera gases do “efeito estufa” e como consequência, desastres ambientais. Uma das alternativas para o planeta está no uso de energia renováveis.

Santos ainda lembra que o governo tem utilizado de suas secretarias e da Fundação Araucária para fomentar projetos que possam trazer bem estar para a população do Paraná e do Brasil.

O projeto

O professor Reginaldo explica que nesse projeto, busca se manter as características originais de um trator e transportador produzido pela empresa Moldemaq e produzir uma nova versão de transportador que seja viável financeiramente para ser oferecido ao mercado.

O transportador utilizado foi o TM 2200R, com tração nas quatro rodas, sistema de direção por chassi articulado, originalmente equipado com motor diesel, de quatro cilindros, com aspiração natural e potência nominal de 22,2 cv.

De acordo com o pesquisador de pos doutorado, “o transportador que está sendo desenvolvido terá uma autonomia de 100 km e toda a parte de propulsão é elétrica, não existe mais à combustão, ele não será hibrido, mas sim 100% elétrico. Uma curiosidade desse modelo é que a Moldemac decidiu manter câmbio de marchas, então é um veículo elétrico que vai ter a possibilidade de trocar as marchas, essa opção da empresa é de permitir que tenha uma maior possibilidade e uma maior opção de torque, durante as operações com o transportador”.

A Moldemaq já é uma montadora consolidada no estado de Santa Catarina que fabrica e revende seus próprios modelos de transportadores, além de transportadores, ela fábrica ferramentas agrícolas também. Na parceria de desenvolvimento a Moldemaq já tem toda a parte estrutural e em parceria com a instituição está agora a desenvolver a parte elétrica e eletrônica do projeto.

(Por Unioeste)

(Redação Sou Agro/Sou Agro)