Calor é o vilão das plantações de hortifruti brasileiras
A elevação da temperatura é uma das características marcantes do El Niño, fenômeno que vem acontecendo no Brasil desde o último semestre de 2023. O calor causa transtornos para o ser humano e, também, para a agricultura, principalmente para o hortifruti. A grande maioria dessas plantas precisa de uma temperatura ideal, entre 20 e 30 graus, para fazer fotossíntese, processo que produz e acumula os carboidratos, que são responsáveis por oferecer sabor e qualidade ao fruto, no interior da planta.
“No Nordeste, as temperaturas estão atingindo 45 graus em algumas regiões. Nessa condição climática, a planta começa a aumentar a respiração para ficar mais ‘confortável’, no entanto ela gasta toda sua reserva de energia com esse processo fisiológico”, explica Luís Grandeza, gerente de culturas da FMC.
O profissional ainda destaca que outros fatores ocasionados pelas altas temperaturas são preocupantes para as lavouras de hortifruti, como o excesso de radiação, que causa escaldaduras nos plantios, e o estresse oxidativo, responsável por acumular algumas espécies reativas de oxigênio, que promovem a mortalidade das células responsáveis pela fotossíntese. Além disso, as plantas ficam debilitadas e mais suscetíveis a doenças fúngicas e bacterianas.
Os efeitos são visíveis no campo. Em plantas em início de ciclo há estagnação do desenvolvimento e, em casos mais graves, amarelamento e derrubada das folhas e aborto dos frutos. Em cultivos adultos, a maturação é acelerada, mas o fruto fica pequeno e sem boa quantidade de açúcar. “As situações piores acontecem especialmente quando há, também, estresse hídrico. Apesar de a maioria dos produtores ter irrigação nas plantações, é preciso ministrar a quantidade ideal e adequada para cada cultivo”, orienta Luís.
Para driblar os desafios da agricultura tropical, o produtor precisa buscar orientação, ministrar boas práticas diariamente no campo e, também, utilizar ferramentas inovadoras. No manejo com defensivos agrícolas, os produtos biológicos são destaque pois minimizam o acúmulo das espécies reativas de oxigênio.
Existem produtos de forte ação oxidante e neutraliza as espécies reativas de oxigênio para a planta ‘trabalhar’ mais confortável. “Essa é uma linha sustentável e inovador, pois age a nível celular, de maneira bioquímica, o que significa mais eficácia do que aqueles somente com barreiras físicas”, destaca Antonio Soares, gerente da FMC.
Luís lembra que é preciso fazer também o manejo de pragas nas plantações. “As pragas encurtam seus ciclos de vida, gerando mais infestações. Algumas que possuem ciclos de 50 dias no inverno passam para 12 dias no verão, principalmente a mosca minadora (Liriomyza huidobrensis) encontradas no melão, melancia, tomate, cebola e o tripes (Thrips sp) presentes de forma expressiva na cebola, uva e manga”, comenta.
(Com Assessoria FMC)